Sunday, January 27, 2008

Pensamentos escatológicos jogados ao vento.

I
Hoje é o aniversário do lego, o brinquedo mais facinante da porcaria do mundo todo. Faz 50 anos, bem mais do que eu fazendo dele uma parte muito presente da minha infância. Diferente do que muitos podem pensar, apesar do que eu me tornei como pessoa, eu tive uma infância bem normal, muito suburbana e clichê. Eu tinha dois cachorros, morava numa casa nos suburbios de Auckland (Nova Zelândia) e ia a uma escolinha muito parecida com a de 'um tira no jardim de infância', aquele fime do Arnold Schwarzenegger. Independente de qual tenha sido o motivo de eu ter me tornado 'isso' que eu me tornei, a culpa definitivamente não foi do lego, não, dele não.


II
Tive que ir no banco hoje, o ódio que isso me cauna não é medível por nenhuma escala. Mas tudo bem, tive que ir e reclamar ajuda menos do que se imagina. Então fui, não estava nem de bom humor nem de mau humor. Ia ouvindo alguma musiquinha legal. O problema todo foi passar pelo detector de metais, que aparentemente detectou em mim um terrorista em potêncial. Muito perigoso eu. Ipod, chaves de casa, celular, alguns trocado e um óculos escuro. O que mais eu poderia precisar para assaltar um banco?


III
Hoje eu tirei a manhã para fazer um pequeno, decedi recapar o meu caderno de prosa e poesias. Imprimi um monte de poemas de gente que eu gostava: Bukowski, Ginsberg, Kerouac, Maiakovski, Burroughs e Rimbaud. Eu nunca fui um prodigio na arte de usar papel contact (aquele tranparente, grudendo e que embola regularmente) mas me arrisquei mesmo assim. Colei-os de forma meio irregular ficou uma beleza.
Também separei uma foto bacana do Bukowski pra estampar numa camiseta.
E comecei a pensar o que vou colar na capa do meu fichário da faculdade, que comeca em março.
Será como voltar à escola?

Saturday, January 26, 2008

A calmaria, a tempestade?

Ele se sentia calmo, não ficava assim à tanto tempo que quase tinha se esquecido da sensação. Estava sozinho, fumava um cigarro e tomava um café sem preucupação alguma não precisava fazer nada nem falar com ninguém e colocou um filme ruim dos anos 80 pra ver e não precisar pensar muito, uma daquelas pérolas aonde a mocinha vai nadar de sutiã e acaba comida por um tubarão, uma pérola mesmo. Não prestava atenção no filme, lia um livro no sofá, só deixou a televisão pra ocupar seus ouvidos.
Lia algum livro do Tchekhov que não gostava muito, mas queria cerminar mesmo assim.
Pensava um pouco na vida e no que ia fazer dela até um poco sobre a faculdade, pensava, mas sem muito compromisso e gostava de estar assim.
Sabia que estava sendo totalmente clichê, mas podia sentir que vinha uma tempestáde, clichê dos clichês mas estava sentindo a calmaria antes da tempestade, o olho calmo do furacão. Sabia que sérias mudanças estavam vindo e que os pilares de sua vida conhecida iam ser arrasado, tudo mudaria de forma tão brusca e rápida. Tudo ia mudar e ele não sabia muito bem o que esperar.
Mas algo na calma dessa linda manhã lhe dizia que tudo de alguma forma ia dar certo, que ia ficar tudo bem. Era isso e nada mais que isso que essa calmaria toda lhe proporcionando, podia dizer que isso o deixava quase feliz ou calmo pelomenos.
Sabia que Thekhov era superficial e previsível.
Sabia que esse filme era ruim, oportunista e de atuações tristes de ruins.
Sabia de tudo isso mas continuava lendo seu Tchekhov que não gostava muito acompanhado, um filme ruim dos anos oitenta ao fundo.


t.

Tuesday, January 22, 2008

Chá das cinco e meia.

Enquanto ele beibericava o seu chá, revia a torrente de fatos e pequenas atitudes que acabou por tê-lo levado à aquela situação. Aquele coelho branco de cartola olhava para ele de uma forma penetrante, devia ser sua conciência, seu ego ou qualquer uma dessas representações de seu sub conciênte.


Ruminava em sua mente cada nuância dos seus últimos dias como suas atitudes imbecis tinhas acabado por distânciar todas as pessoas por quem tinha um requicio de gosto e como foi forçado a sair para beber sozinho nos últimos dias.





- A solução pros seus problemas não está no fundo da garrafa, você sabe, não?
-Um conselho um tanto hipócrita, levando em conta que você não passa de um produto das minhas noites de bohemia.
- Touché! Aparentemente vou virar o seu substituto de convivio social.
- Me poupe!

Então ele se calou e ficou mechendo o seu chá e dando um gole aqui e acolá. E aquele coelho estanho não parava de olhar para ele, aquele coelho era estranho mesmo seus olhos eram meio desproporcionais à cabeça (desproporcionais ao tamanho que olhos de coelhos com cartola deviam ter), seus dentes ficavam o tempo todo para fora da boca e usava um colete vinho com um paletó azul escuro. De tempo em tempos o coelho abaixava os olhos e tomava um gole do seu chá. Ficaram se olhando por um tempo e finalmente ele disse ao coelho:

-Por que diabos você está aqui? Ou melhor, o que diabos é você?
-Eu estou aqui para você descobrir o que diabos tem de errado com você mesmo.
-Tem algo de errado comigo?
-Toda essas bebedeiras e noite de sexo fútil e sem significado não seriam 'algo de errado'?
-Só se você quiser que isso seja 'algo de errado'!
-Ótimo, se mergulhando em auto-negação. É assim que se faz garotão!
-Palavras grandes vindas de algo que suponho que seja um pseudo ursinho de pelucia.
-URSINHO DE PELUCIA É O CARALHO! Sou uma personificação da sua conciência!
-Na mosca.

Depois dessa ele ficou beibericando o seu chá por um tempo e aquele coelho esquisito ali, olhando para ele, olhando para o chá, tomando um golinho, para ele, olhando para o chá, tomando um golinho e aquela situação comecava a encher-lhe o saco. Ele não estava assim muito ansioso para se preucupar com seus problemas, preferia a cerveja mesmo ela não fazia perguntas. Ele acabou por cansar-se e disse ao coelho:

-Olha isso aqui tá me enchendo um pouco o saco, se quiser tomar uma cerveja tudo bem, mas eu não vim pro bar pra uma seção de terapia ou algo equivalente, pode ser?
-Tá bom, minha cerveja sem colarinho, pode ser?


t.

Wednesday, January 16, 2008

O ódio das coisas pequenas.

Ultimamente eu tenho estado num humor comparável apena à alguém com um abacaxi enfiado no rabo. Eu tenho ficado até tarde da noite pintando meus quadros e acordado cedo para trabalhar fazendo uma mudança para ajudar minha mãe. Pouco sono e trabalho braçal? Estou à ponto de enfiar as bolas de alguém (e vocês pensaram que eu fosse falar de enfiar MINHAS preciosas bolas em lugar algum?) num processador multi flex da Wallita/Philips daqueles vendidos no polyshop.
E a equação mirabolante disso tudo me fez odiar (mais) as pequenas coisinhas que me irritavam mesmo quando eu estava num daqueles mágicos dias 'top of the world' que todos acabamos tendo.
Como por exemplo fila de banco ou o caixa gordo com cara de imbecil do banco do brasil (seria Brasil com maiúsculo?) ou quem sabe o fato de Petrópolis não ter praia só um rio fedorento. Errar uma bola fácil na sinuca (coisa rara, que fique claro) também costuma me tirar do sério assim como chuva quando eu saio para beber.
Esses pequenos surtos de ódio costumam passar e se não passarem, sempre posso encarnar um 'texas chainsaw massacre' pra cima de pessoas desavisadas.
t.

Thursday, January 10, 2008

A chuva de fim de tarde das mudanças.

Nada melhor, em toda a excelência e grandiosidade me deixa com uma paz de espirito maior que essa chuvinha de fim de tarde, ainda mais depois de um diazinho 'gilete no saco' que nem o que eu tive hoje, acontece de ter um dia ruim 'a day in a life' diziam os beatles.
Então eu fico na janela vendo aqueles pinguinhos caírem.
Mais clipe de pop-mela-cueca impossivel é cliche, mesmo sendo uma imagem bonita.
É estranho esse 'estar de férias' em que eu me meti, saí bem menos do que durante as "aulas" (as aspas significam que eu não dou muita importância às aulas) até agora e tenho lido muito mais do que durante as "aulas (de novo), só essa semana já li algo como uns 3 livros e gosto disso.
Mas o meu sentido de aranhã me diz que essass férias tão engrenando como nas montanhas russas aquela engrenagem que leva os carrinhos colina acima pra ele decer e dar umas piruetas muito doidas e que fazem as pessoas vomitar em algum momento do passeio, bem como pretendo passar minhas férias: Jogado à bohemia e com vômitos eventuais nas curvas mais fechadas (noites mais rápidas).
É mais ou menos isso que eu quero as noites mais loucas, as bebidas mais fortes a satisfação mais completa.
Clichê como um video clipe pop de alguém olhando esperançoso pela janela... Mela cueca até o fim.

t.





Tuesday, January 01, 2008

Resoloção de cú é rola.


Pois é, o ano acabou.
E novamente rola aquela nostalgia que só poderia rolar no fim do ano, certo? ERRADO! Este ano chocho e com cara chopp quente já estava na hora de acabar mesmo, é um daqueles anos que não vai ser o favorito de ninguém e se for, não devia.

E todo final de ano tem aquela babaquice de 'resoluções de ano novo', pois bem, ano passado eu fiz uma daquelas listas e não completei UM ítem sequer e isso me frustrou. Então esse ano eu não vou escreve-los e nem me preucupar muito com isso por que é uma receita para frustação.

E além do mais, que tipo de babaquice eu colocaria? Beber menos (hahahaha) e escrever mais (isso sim é uma boa)? Conseguir um relacionamento MENOS doentio que os de costume? Poderia citar várias dessas resoluções mas toda elas teriam aquele cheiro de mofo e clichê, como algo relacionado a trabalho (tenho que conseguir um desses) ou estudos, mas ninguém tem resoluções realmente originais como "este ano vou virar um agente secreto", porra! Ser um agente secreto ia ser uma boa, por que ninguém pensa nisso no dia 31?






t.