Thursday, June 26, 2008

Uma soluçao típica.


Terça feira eu saí pra beber. Sei o que vao dizer 'terça feira é dia de beber, por algum acaso?', talvez nao seja o mais propício dos dias mas dentro do meu estilo de vida uns copos na terça caem como uma luva. Nao digo que fui encher a cara e ficar na garupa do bozo ou pra lá de bagda, apenas tomei umas cervejas no aniversário do meu primo com um montao de gente que eu nao conheco. Essa parte é a que pouco importa por enquanto.

A questao foi que eu fiquei um pouco bebado e quando digo pouco, foi pouco. Voltei pra casa pensando em poemas e fui deitar e dali passei a pensar em todas as pontas soltas que eu deixei no Brasil e à medida que ia pensando nos tais problemas as soluçoes vinham. Soluçoes vinham tao fácil para os problemas que vinham me atormentando há muito, muito tempo. Todas as soluçoes para todos os problemas. Naquele instante eu tive certeza que, se me levassem ao oriente-médio eu resolveria aquela palhaçada toda em questao de minutos.

Foi maravilhoso ter todas as soluçoes naquele instante e como tudo que é bom, nao dura, na manha seguinte as soluçoes para todos aqueles problemas tinham desaparecido. Uma pena, eu devia ter anotado, se é que elas fariam algum sentido no dia depois.

Thursday, June 19, 2008

Melancolia

Hoje eu saí de casa, tudo bem que foi só até a esquina comprar cigarros e voltar, mas saí de casa. Nao consigo lembrar quando foi a última vez que saí de casa, deve ter sido a uns três ou quatro dias atrás e também foi uma saída de utilidade, acho que foi até o supermercado comprar whisky e cigarros. E antes disso só tinha saído pra tomar um café do outro lado da rua. Entao hoje nesse dia chuvoso decedi ir comprar cigarros, estava postergando a compra desde ontem entao acabei indo. Pode parecer loucura, mas eu esitei em frente à porta, surgiu de dentro de mim um medo imenso de que eu tivesse perdido todas as minhas faculdades sociais, que em meio à minha solidao eu tivesse esquecido como interagir com as pessoas. Por longos segundos fiquei com a mao na maçaneta duvidando da minha capacidade de permanecer na sociedade, de interagir com outras pessoas.
Quando finalmente saí as coisas só pioraram de alguma forma eu sentia que todas as pessoas na rua (duas comprando cigarros e o cara que vendia cigarros) olhavam pra mim e sabiam tudo que tinha de errado comigo, tudo de errado comigo que eu sei, tudo de errado que eu nao sei, tudo de errado que eu nem imagino. Olhavam pra mim e viam diretamente minha alma e tudo o que tem de errado nela.
Depois disso eu simplesmente comprei os cigarros e voltei pra casa e me preparei um drink, dos grandes. E enquanto tomava esse conhaque com soda e fumava um cigarro enquanto olhava para o horizonte recortado por prédios, nessa tarde fria e chuvosa de junho. Foi que eu me senti mais sozinho e infeliz em toda minha vida.