Wednesday, August 20, 2008


Nunca me senti tao otimista quanto no domingo, eram oite e meia ou nove da manha e eu estava voltando pra casa depois de uma das minhas típicas noitezinhas de bohemia. Voltavamos eu e um amigo meio bebados da noite anterior ainda, mas nada muito grave. Eu voltava arrancando pedacinhos dos outdoors e propagandas, prum quadro novo, pra fazer um trabalho de colagem ou algo assim. Algo no sol batendo nos prédios ou nas listrar de calor do son entre listras frias de sombra me dizia que eventualmente tudo vai estar bem. Talvez nao agora, nem amanha ou depois mas em algum momento algo vai acabar dando certo e as engrenagens vao mover-se à melhorar tudo ou parte de.


Nao pensem que mudei completamente, que me transformei num otimista utópico. Ainda sou pessimista como poucos. E a prova disso veio neste sabado. A situaçao era quase a mesma, a volta pra casa depois de uma noite de bebedeira o lugar era perto ao da última vez, uns 20 ou 30 quarteiroes de distancia e umas 4 horas mais tarde que a volta da semana passada. Entao eu estava voltando pra casa umas 2 ou 3 da tarde com a ressaca mais grotesca que uma pessoa possa conceber e tudo que me passava pela cabeça era as letras de 'looser' do Beck. E quando eu pensava que nao podia ser mais surreal, um homem que passou do meu lado deu um berro pra cima de mim sem nenhum motivo mas eu ,tao imerso em minha ressaca, só notei depois de um tempo. Devo dizer que a manha inteira foi etérea como um livro do Burroughs.

1 comment:

Adriana Gehlen said...

eu não tinha lido este!
pessimista-idem.

que belos relatos.