Saturday, December 19, 2009

sem título #3.

Ela estava deitada do meu lado. Ela de pijama, eu com a roupa do dia. Viamos uns desenhos animados meio obscuros e bebiamos coca-cola, à estas horas é um cú achar cerveja em buenos aires, um cú, lhes digo. Preferí o benefício da dúvida, ela disse que eu ficasse à dormir, eu queria estar cedo em casa pra pintar. Ela de alguma forma é minha prima distante e eu prefiro uma boa amiga à uma foda. Benefício da dúvida.

Nos trocamos e-mails diariamente. De trabalho à trabalho. Ela em um hotel butique e eu num call center. Já deve é a terceira vez que saímos juntos nas últimas duas semanas, e bem, conseguimos nos divertir bastante. A primeira vez já nos demos conta, somos fantásticos juntos. Entao, o quê nos sobra? Aproveitar e sair juntos o quanto der? Sinceramente, muitas outras opçoes nao haviam.

Ela, filha adoptiva de um primo de segundo grau da minha mae. Eu, filho duma prima do pai dela. Conhecer a familia deles foi quase um acidente, uma tia que descobriu alguns parentes distantes e nós deseperados por familia. A primeira vez que nos vimos, ficamos em tocar juntos numa banda. A segunda, de sair juntos. A primeira nao rendeu, mas até agora a segunda vem funcionando bastante bem.

Hoje ficamos de nos encontrar na casa de uma amiga dela, uma professora de yoga escultural. Entao fui à beber. Bebimos e fomos à algum bar, ver o que acontecia nesta cidade numa sexta à noite. Na realidade, muito pouco. Incrívelmente, Buenos Aires é uma cidade morta às sextas, existe uma tendência à estar demasiado fodido da quarta e da quinta, descansar na sexta e recomecar no sabado. Entao pouco fizemos, umas cervejas em um bar e eu acompanhei-a à casa. Vimos um pouco de tv e eu acabei por voltar.

Já era de manha quando eu voltava, uma daquelas manhas rosaceas que palermo costuma ter, justo nas primeiras horas do dia, justo quando você está voltando pra casa, justo quando os passaros comecam a cantar. A melhor hora pra voltar pra casa, em minha opiniao.

Voltava, e na esquina da minha casa me dei conta que o meu bar continuava aberto. Seis horas da manha e lá estavam meus bons amigos do escandinavo, abertos e dispostos à tomar o meu pedido. Nao pude negar. Tomei uma cerveja sem pressa mas também sem me demorar muito, já queria voltar pra casa. Depois da curta cerveja chego em casa e encontro uma cerveja pela metade na geladeira. A termino e vou dormir.

O verao finalmente chegou e eu decedi abdicar de qualquer forma de casulo.

Thursday, December 17, 2009

Sem título #2.

Hoje acordei tarde, meia hora mais tarde do que o fim da minha aula de piano. Tudo bem, a noite de ontem valeu. A canadense era simpática e até bonita. Veio falar comigo de graça, perguntando de onde eu vinha e o que fazia na argentina, conversamos um pouco e tudo mais. Conversamos um pouco mas nao lhe dei muita conversa. Peguei um pouco de sua cerveja e nada mais, estava tendo um fluxo constante de cervejas, entao nao tinha porque.

Daí elas voltaram do banheiro. Ela, minha prima. Nova prima, por assim dizer. Nos conhecimos à pouco e começamos a sair à menos. Mas nos adotamos, ela nao tem muita familia por aqui e eu nao conheço muita gente. Entao ela veio no aniversário de minha irma há umas semanas e saímos pruma festa, nos divertimos tanto que saímos ontem e vamos sair em breve de novo. Ela e sua amiga. A amiga que ela queria me apresentar. Voltaram e fomos pegar mais cervejas. E hoje de manha eu pude pintar super pouco, perdi a aula de pianos por acordar tarde e aida estou com uma leve ressaca mas digo que na verdade, valeu a pena.

Saturday, November 14, 2009

Sem título #1.

Chegou o meu final de semana, finalmente. Digo que entre que o metrô quebrou ontem e aproveitei pra voltar pra casa e tomar uma cerveja antes de ir própriamente pro trabalho de ônibus e hoje que decedi sair mais cedo do trabalho, básicamente por que sim, o final de semana chegou no momento indicado. Nao sei se teria aguentado. Tudo bem, chegou. Que minhas ultímas horas 'work related' fossem ir fumar sentado numa praca com uma amiga depois do trabalho, só fez o final de semana começar com uma cara melhor.

Ia ir numa festa, uma igreja abandonada. Infelizmente cancelaram por que embargaram a dita cuja igreja. Tudo bem, esse tipo de coisa acontece. Nao me desespero e fico em casa. Compro uma cerveja das boas e aproveito pra tirar o atraso de alguns desenhos. A faculdade termina em duas semanas e até lá já quero ter começado a pintar com maior regularidade. Também tenho outros projetos que quero já pôr em marcha para cada vez me aproximar ao que eu quero e poder finalmente abrir mao do meu mediocre trabalho.

Mas por enquanto tudo bem, é minha sexta feira, o noite portenha está linda, a cerveja está gelada. Sei lá, me sinto de bom humor e quarta feira vou com a menina do trabalho ver a exposiçao do Warhol, no pior dos casos fui ver uma bela exposiçao.

Friday, November 06, 2009

Agora eu vou ter que correr até o metrô.

É o ócio que me faz escrever. Quando estou atolado nao consigo vomitar nem um poeminha. Escrevo estas linhas que falam sobre nao escrever enquanto tomo uma cerveja e fumo um cigarro antes de ir trabalhar, mudaram meu horário pra uma hora mais tarde. Chego em casa à uma da manha e direto pra cama. No dia seguinte, sete horas da manha, de pé. Senao acabo chegando na faculdade mais tarde do que de costume. Nao falto muito à faculdade, gosto bastante de ir lá. Chego normalmento com 20 minutos de atraso. Chego e preparo minhas coisas, e busco um café. Depois de dose obrigatória de cafeína me ponho a fazer coisas bonitas com uma pausa para um cigarro na calçada, ao sol. Depois vou pra casa comer algo e quando possível, rabiscar um pouco também. Depois em certos dias, raros e distantes entre sí, fico escrevendo até a estar 5 minutos atrasador para o trabalho.

Friday, October 16, 2009

Sobre acordar cedo.

Acordei tarde hoje, eram nove e meia quando ví. Igual, acordei sem pressa, sexta-feira nao é dia de ir pra faculdade. Pensei que ia estar sofrendo um pouco mais ao fazer duas faculdades juntas, mas até onde ví, consigo sobreviver, mesmo estando atrasado nas matérias. Penso apoveitar minha ainda longa manha para me pôr um pouco mais em dia. Duvido que vá conseguir pôr tudo em dia, a faculdade de artes é terrível com a quantidade de trabalhos. Nao reclamo, ainda mal entramos na primavera e ainda faz frio, é bom ficar pintando em alguma dessas noites frias.
A faculdade de artes definitivamente é um bom lugar para comecar a primavera, sao tantas raggazzas pìu bellas que nao me importo em acordar cedo e ir ao outro lado da cidade. Seria muito cínico de minha parte reclamar da faculdade de artes, adoro ir até lá, gosto de tudo, desde as aulas de pintura acompanhadas por um café e umas media-lunas até as discuçoes sobre antropologia pré-histórica nas aulas de história da arte e da cultura.
Entao o plano é esse, acordar cedo para tomar o meu típico café da manha de café com cigarros e vou ver se consigo voltar a pintar tao frequentemente como antes, suponho que a primavera trará um pouco mais de criatividade ao meu ser. Ou nem isso talvez apenas um pouco mais de tempo para fazer tudo o que eu quero e trabalhar num ou dois novos projetos(algo relacionado à escrita, esperem) . Comecar à procurar um emprego diferente é definitivamente necessário para poder fazer o que eu pretendo e é algo que eu já comecei a fazer, de pouco à pouco vou pondo tudo em seu lugar. No meu dia pelo menos, dentro da cabeça é algo que vai demorar um pouco mais.

Monday, August 24, 2009

Cem e artes.

Centésima postagem e eu me sinto alegre e leve. Acordei cedo, num frio enorme e fui pegar um longo onibus até o outro lado da cidade aonde se encontra a faculdade de belas artes, a minha faculdade de belas artes, meu lar pelas manhas dos próximos quatro anos e nao me incomoda. Como poderia me incomodar a hora de viagem até lá? Chegar naquele prédio caíndo aos pedaços com desenhos e mensagens de protesta nas paredes. Parece um labirinto com tantas idas e vindas e ainda nao sei muito bem quantos andares a faculdade tem.
E isso tudo depois de apenas um dia de aula, nem aula ainda, curso pré universitário. Mas tanta gente interessante e interessados no mesmo que eu? Quao mal pode ir?

Monday, August 10, 2009

Aria para viver um grande amor.

Noventa e nove. Cheguei à nonagésima nona entrada no meu humilde blog e ele está mais às moscas do que nunca. Sinto muito pelo descuido, nao é por mal. Tampouco é por estar sem tempo, seria muito egoista da minha parte dizer isso. A verdade é que nao tem uma razao concreta, nao até onde eu sei. Mas nao se preucupem, estou me sentindo muito mais poético, com vontade de escrever uns versos.
A verdade é que tenho sentido uma leveza muito boa. Aproveitando que tem provas finais na faculdade esta semana pra pedir uns dias de estudos, honestamente, mais do que eu realmente precisava para poder ficar em casa à toa um pouco. E desenhar uns rabiscos.
Continuo com a enorme saudade que eu tenho de todos os amados e amadas. Nao podia se esperar nada diferente, nao importe o quanto eu esteja ocupado com meus projetos artisticos aquela velha e saudosa melâncolia permanece num canto da mente, nunca jogada inteiramente à escanteio. Comeco a realmente fazer custos e calcular quanto uma eventual escapada me custaria e quando poderia ir.
Enquanto isso sigo escutando religiosamente ao Vinícius meu de cada dia, imaginando umas cervejas entre amigos em alguma praia do rio num belo dia de sol.

Sunday, July 26, 2009

Existencia obliqua.

Nestes dias tenho sentido um tédio muito grande, nao um tédio momentâneo mas um tédio geral, algo como, um tédio existencial. Os dias tem se mostrado bastante iguais. Acordar, fumar, pintar um pouco, cozinhar algo, comer, trabalhar, voltar, ver algum filme estranho e dormir apenas para repetir tudo de novo. Os domingos eu dedico à acordar tarde e aproveitar o ócio enquanto que as segundas feiras eu dedico total e completamente ao hedonismo. Quase sempre dedico todo o dia à beber cerveja, fumar e pintar. Devp dizer que passo bastante bem as minhas segundas feiras, mas ainda sao previsiveis, ergo, tédio existêncial. E amanha o mesmo, nao sinto a menor sensaçao de que algum ar de mudança vem vindo. Nao reclamo, digo, poderia estar pior, bem pior, mas alguma novidade exitante para o bem ou para o mal nao viria nada mal.

Tuesday, July 21, 2009

Concequências da sagunda.

A segunda feira se mostrou um dos melhores dias em um bom tempo. Pude me dedicar à mim, ao meu hedonismo, à o que EU queria fazer e mais ninguém. Entao fiz o que eu queria, passei o dia todo desenhando e preparando o material pras próximas entregas entre as quais estao duas novas exposiçoes e duas revistas de ilustracao. E foi uma das melhores tardes que eu tive em um bom tempo, fumei, acendi um incenso pro meu Buda, tomei cerveja e trabalhei a tarde toda.
Terça de manha e nem essa chuvinha continua pode apagar meu animo, saio e vou tomar um café e terminar de escrever uma carta que estava devendo, volto e vou continuar desenhando até as 3 quando vou trabalhar. Em dois dias termina meu periodo de teste e saberei se continuo no trabalho ou tenho que voltar à procurar. Nao chego à me preucupar mesmo um amigo tendo me dito ontem que ele e mais três dos que comecaram com agente foram despedidos.
Mas nao vou me preucupar, vou desenhar ouvindo Dylan até as três e depois ir trabalhar.

Thursday, July 16, 2009

Chutando pra escanteio.

Decedi pegar um pouco mais leve últimamente, 'baixar uma marcha' como dizem aqui. Tentar passar algum tempo sem ter muito com o que me preucupar, eu andava me preucupando muito, sabe? E me angustiar por isso nao ia ajudar em nada, ergo, agora tento me preucupar menos. Tento me preucupar menos que o trabalho é uma bosta e fazer o melhor trabalho possível sem me preucupar em fazê-lo bem. Tentar me preucupar que quero ver algumas pessoas e ver que eu já estou tomando as devidas providências para ir vê-las próximamente. Parar de me preucupar com que nao anda aparecendo nenhuma exposicao e me contentar que se eu me puser a desenhar eu termino à tempo as doze ilustracoes pra aquela revista e por aí vai.
As coisas nao estao tao desorganizadas assim, se você olhar bem, pode até dizer que estao encaminhadas, acabam de me ligar para duas exposicoes e semana que vem devo me encontrar para encaminhar um outro projeto. Foi só eu pegar leve e relaxar que as coisas parecem ficar mais leves. Colocar o cérebro em automático anda me fazendo bastante bem, até tive tempo para andar pintando, é incrível como eu funciono melhor chapado.

Tuesday, July 07, 2009

Send my fond regards to lonelyville.

Esses dias ando com uma saudade exepcionalmente grande dos meus amigos. Nao sei o que poderia ser que causou isso, estar longe seria a resposta óbvia mas nao acho que seja isso. Talvez a urgência que sinto de sair daqui ou talvez a angústia de estar preso à tantas situacoes às quais nao queria estar. Esse trabalho no qual eu nao queria estar e essas contas que eu nao queria pagar.
Dia de pagamento com todo o dinheiro no bolso e passei na frente do porto, admito que nunca nada na minha vida requeriu tanta forca de vontade como nao subir no primeiro barco que saísse e ir embora para qualquer lugar. Olhar o mar e sentir a brisa maritima enquanto uma baleia de aco me leva para algum lugar longinquo. Eu acho que deveria voltar à escrever poesia.

Monday, June 22, 2009

Um trabalho pra pagar o café.

Eu ia escrever sobre como as pessoas perderam a capacidade de se surpreender com as coisas, como quando todos ignoram o menino que faz malabares no metrô e ao invés disso preferem continuar com seus narizes metidos no jornal gratuito que eles distribuem no metro, digo, fazer malabares é um bocado difícil e no entanto as pessoas mantém seu nariz enfiado no jornal sem nem prestar atencao. E isso se repete com os musicos e os caras que distribuem livros no metro.
Mas a vontade veio e se foi, sabia que tinha que escrever algo por aqui, por que isto nao é um projeto abandonado, mas essa vontade se foi num piscar de olhos. Como tantas outras essa vontade foi parar numa gaveta. Sinceramente, nao tenho vontade de fazer nada. Vivo minha vidinha entre dia de pagamento e dia de pagamento, vivendo uma semana e finalmente voltando a esperar pelo dia de pagamento novamente. E agora chegou o dia de pagamento e nao me faz nenhuma diferenca, nada que eu queira comprar e nada que eu queira fazer para o qual precise dinheiro, sabe aonde vai parar o dinheiro? A grande maioria vai parar em café nem drogas, nem prostitutas flexiveis. Bom e velho café.

Thursday, June 11, 2009

Uma hora e dois minutos.

Uma hora e trinta e dois minutos. Esse é o tempo que eu tenho até que tenha que ir novamente ao trabalho. Dia após dia saio de casa e vou trabalhar, odiando a tudo e a todos. Está frio e prefiriria infinitas vezes poder ficar em casa vendo Annie Hall mas forcas superiores nao me permitem. Tento dia após dia entrar em paz com a situacao geral, o que nao me faria nao odiar o trabalho mas facilitaria tudo um pouco. Ter um pouco de grana é legal, mas dá pra viver sem. O dinheiro nao chegou a me fazer grande diferenca, desde que comecei nao lembro de ter comprado grandes coisas um balde de tinta branca e um livro do Tolstói, nada de roupas ou jóias mas coisas para aliviar a cabeca, talvez a próxima coisa que eu devesse comprar é uma garrafa de whisky. Uma hora e oito minutos.

Monday, May 18, 2009

O dia da volta.

É com uma sensacao estranha que eu volto a escrever aqui. Em nenhum momento eu me predispus a parar de escrever, era um movimento de dia-a-dia aonde depois de um tempo eu me encontrei à tanto tempo sem escrever e depois passei outro tempo se voltar a escrever ou sobre o que escrever quando voltar. E foi o nao ter certeza que me deixou tano tempo sem ecrever. Neste momento decido voltar mas sem ter a certeza sobre o que escrever.
Comecarei contando as nem de longe grandiosas mudanças em minha vida obtive a oportunidade de expor algumas obras em exposiçoes grupais as quais acabaram sendo bastante interessantes. Consegui um novo emprego, depois da minha 'reduçao de permanência laboral- forcada', tive que procurar outra coisa. Acabei encontrando outra coisa mas similar. Continua sendo atençao ao cliente e continua sendo por telefone. A grana é melhor, o resto continua sendo uma merda. E fora isso, tudo continua na mesma. Sem grandes amores ou epífanias.
Além de voltar a escrever também estou nesta mesma ocasiao voltando à pintar. Outro hábito que eu tinha deixado levemente de lado pela total falta de tempo. Voltei à pintar e à levar pintar à sério dedicando grande parte da minha energia e tempo à isso. Ganhei umas tintas novas e uns óleos que eu precisava. agora posso voltar direito à fazer aquilo que eu gosto.
Foi triste ter que deixar ambas coisas de lado durante este tempoe pior foram as outras prioridades que eu tinha, mas agora posso voltar à aquilo que eu tanto gosto. Agora é só eu voltar a amar e tudo pode ficar tudo bem.

Friday, April 24, 2009

Outro retrato em branco e preto.

Andei pensando em comecar a tirar fotos. Sinceramente, nunca fui de tirar fotos e sempre olhei estranho para a 'fotografia como arte'. Mas tampouco pretendo fazer da fotografia uma vertente do meu trabalho artístico. Mas pela necesidade de guardar lembrancas de bons momentos, algo por aí. Andar com uma camerazinha à tira-colo e tirar algumas fotos de noites de bebedeira e essas coisas que que costumam fazer parte do meu dia-a-dia (ou seria noite-a-noite?). Acho que o ideal seria uma polaroid, já que sempre pensei que a fotografia digital tirou um pouco de valor da fotografia, hoje em dia, todos sao fotógrafos.

Sunday, April 19, 2009

O desespero humano e outras nocoes diárias.

Vivo os meus dias preucupando-me, meramente com as nocoes do desespero humano. As nocoes das torturas que cada um causamos à nós mesmos.
Os ultimos dias, mal pude me conter de uma melancolia pertinente. Melancolia esta, que teimava em me asombrar, independente de minhas acoes ou momentos. Passei dias na coloracao azul, vivendo a amarga melâncolia do dia à dia. Dedicando todos meus momentos ao odio à sociedade, despresando todas as acoes que eu executava, predicando que eram insignificantes.
Vivi estes últimos dias numa total melâncolia, um copo de vinho por vez. Um cigarro queimado até o filtro por vez. Mas a minha submissao à uns belos pares de pernas parece ter deixado tudo melhor. Um par de pernas que nao aparecia à tempos voltou, e voltou para tomar um café comigo, ou uma cerveja, nao é para que eu decida.
Novamente, jogo minha alegria momentanea a um par de pernas. Mas nunca fui de se esperar muito mais que isso.

Wednesday, April 01, 2009

Uma fria manha.

Meu trabalho está por um fio, um fio longo ao que parece. Seria legal manter um trabalho, mas nao este. Já mencionei que ele me causa náuseas e além disso nao me faz bem. Nao faz o meu tipo ligar pras pessoas e 'omitir' certas verdades afim de vender algo. Mas nao vem ao caso, estou a seis dias neste emprego e nao vendi nada, nao acho que vá vender nada. Suponho que me mandarao pro olho da rua. Mas tudo bem, arrumarei outro e ainda aproveitarei os dias 'entre trabalhos' para lembrar como era ser um vagabundo. Hoje já comecei, o metrô quebrou e ao invés de sair pra procurar um onibus pra ir até a faculdade, fiz a malandragem de ir tomar um café e escrever uns versos enquanto o sol batia na janela numa fria manha de outono.

Thursday, March 26, 2009

Misântropia por telefone.

Comecei a trabalhar vendendo internet para os espanhóis, via telefone. E nao estou gostando, nao me sinto confortável invadindo a privacidade das pessoas, incomodando-as em suas casas e vendendo coisas pra elas e muito menos tentando convencer velinhas à comprarem meus servicos. Sao coisas da vida, mas eu farei o máximo para que esse trabalho dure o menos possível para que possa trocar por outro, que nao me faca sentir culpado.
Eu nao gosto quando as pessoas ligam pra minha casa entao me faz sentir meio hipócrita ter que fazer isso como um trabalho. Mas no momento eu preciso disso e do dinheiro, mas já procuro outro que nao seja assim. Como eu fui parar nisso, eu nao sei, tem tudo o que eu odeio junto. Pessoas, marketing e telefones.

Wednesday, March 18, 2009

Cuidado com o sub solo.

Retomo isto depois de tamanho abandono. Tive que assoprar uma polegada de poeira mas voltei. Nao prometo escrever com rotina, mas nao creio que importe. Mais importante do que escrever rotineiramente seria ter coisas para comentar, rotineiramente. E sim, houve novidades mas este nao é um blog 'daqueles', dedicados a esmiucar cada ínfimo detalhe da minha monótona vida e nao é agora que vou transformá-lo nisso. As novidades das minhas empreitadas artisticas estao, como sempre, no flickr (http://www.flickr.com/cajita_de_cosas).
O que vale a pena relatar é que o sistema me dobrou e eu, aparentemente, arrumei um trabalho. E um trabalho de verdade, nao do tipo 'artista'. Ainda nao está garantido mas meus dedos does de tao cruzados. O dinheirinho entrando seria uma bencao e as cervejinhas concequentes também. Óbviamente nao é um daqueles trabalhos que vao mudar o mundo mas nunca esperei conseguir um desses aos meus párcos 20 anos, se tantos de 50 nao tem um trabalho assim, por que eu conseguiria? Mas tudo bem, é um comeco apartir disso as coisas aparecem com uma gostosa tendência a melhorar. Mas continuarei séptico, quando no fundo do poco é bom tomar cuidado pra nao ter um porao embaixo, né?

Friday, February 27, 2009

Amor para dois ou tres paradas de onibus.

É incrível como sou submisso a um belo par de pernas. Eu estava tendo uma daquelas viagens de onibus que despertam a misântropia no fundo da minha alma quando entrou uma das meninas mais lindas que eu já vi. Uns olhos azuis penetrantes, um nariz alongado e um rosto fino e longo. Um rosto de tracos fortes, emoldurado por cabelos dourados. Incrível, foi só olhar para ela, ela roubar meu coracao e o resto da viagem nao foi tao desagradável.

Friday, February 20, 2009

Indo e voltando.

Agora eu volto a me acostumar com minha vida daqui, depois de quase um mes na estrada eu voltei (por mim podiam ter sido dois, tres ou quinze). Foi difícil encarar que eu ia ter que aguentar estar no mesmo lugar por pelomenos seis meses (se eu conseguir algum lugar pra ir no meio do ano, acho difícil), mas mais provavelmente, um ano. Isso se eu der sorte e conseguir um trabalho decente e a partir disso conseguir juntar um dinheiro.

Se eu for pro Brasil de novo (o que é sempre tentador) eu esticaria a viagem e iria acampar em algum lugar ou se eu realmente conseguir juntar uma grana iria pro norte até achar a Bahia.

Faz um tempo uma amiga que mora fora me disse que queria vir pra América do sul e conhecer aqueles outros países que estao jogados por aí, aqueles sem copas do mundo em suas prateleiras. Quando ela me disse isso minha vontade de ir junto foi imediata. Pode ser que essa seja minha próxima aventura, mas eu ainda nao sei. Mas é agradável pensar que sim.

Saturday, February 14, 2009

Oba! Tele-evangelistas.

Me divertia sozinho vendo os tele-evangelistas na televisao chiada. Chiada e com risquinhos de má recepçao. Nunca liguei muito para televisao mas tê-la e poder ver eventualmente ver, em má condiçoes, umas notícias mundiais nao me vem mal. E chegar este sabado meio bebado depois da abertura da minha última exposiçao, direto de comer umas pizzas com uns amigos, com umas cervejas, nao me incomodou em nada sentar e ver algo de tv.
É claro que a programaçao da televisao aberta às 2 e pouco da manha nao me prometia muito, era ou tele-evangelistas ou algum filme de qualidade pós-duvidosa. Optei pelos pregadores da palavra para ver se me resultavam alguma que outra risada. E nao me decepcionaram. Dois pastores brasileiros tentando falar espanhol com o pior sotaque que eu já vi na minha vida vangloriavam os feitos milagrosos de sua igreja e passavam clipes de pessoas que tiveram sua vida mudada pela seu fervor à mesma, detalhe que a chamada do clipe era de imagens alternadas de carros conversíveis vermelhos e yaches, coisas que vem de maos dadas com o fervor religioso.
-Maravilhoso o caso da nossa irma, nao é pastor Ezáquiel?- Perguntava o primeiro
-Mas é claro que sim, viu como a vida dela melhorou quando ela experimentou nossa igreja?- Retrucava o segundo - Pergunto-te, o que você tem à perder? Como você pode saber se gosta ou nao de algo, sem experimentar?
-Como a sodomia? - Respondia eu, tomando chá e dando um trago do meu último cigarro antes de dormir.
Boas risadas prometiam uma boa noite de sono.

Thursday, February 05, 2009

Saudades da bossa.

Eu voltei esses dias e nao ando com muito o que escrever. Nao estou triste de ter ido embora nem feliz de ter voltado, estou num estado de estupor. Aquele já nao era o meu lar e este ainda nao o é. Andei pelas ruas odiando a sociedade e bebi vinho para deixar de odiá-la e o único que consegui foi ódio com ressaca e ódio com ressaca é como se rissem na sua cara, uma tentativa fútil de esquecer tudo que só resulta numa dor de cabeça como lembrete de tudo que você queria esquecer.

Em vao saí para beber ontem e em vao tentei achar um bar que lembrasse um boteco e em vao terminei no sotao de um bar ouvindo música brasileira de segunda. Em vao procurei ceveja com um preço que nao me desse náuseas e em vao terminei tomando cerveja na calçada com um percusionista peruano.

Vou me voltar a acostumar e vai demorar que a aqui nao tem bossa nova e nao tem como sair de casa com pouco dinheiro só pra tomar umas geladas sozinho.

Thursday, January 29, 2009

Amor e outras babaquices.

Ando sensivel ao amor. Qualquer historia de amor e linda me parece o maximo. Qualquer filme de amor e bonito. Deve ser que sejam meus ultimos dias ou pode ser minha decisao de arrumar um relacionamento, mesmo que ache pouco provavel.

Wednesday, January 21, 2009

Cerveja e amores.

Vou pra praia, vou pra praia de novo. Vou respirar todo o ar maritimo que puder, pegar um pouco num potinho e levar de volta para a cidade cinza. Vou dormir na praia bebendo cerveja e com um sorriso no rosto. Vou aproveitar muito e voltar para a vida mudana da cidade cinza. Lembrarei de toda e cada cerveja e cada amor. Vou aproveitar ate o fim os meus ultimos dias, ultimas cervejas e ultimos amores. Volto e continuo a minha vida.

Wednesday, January 14, 2009

Alma e asas.

Ontem finalmente me senti bem de novo. Numa praia deserta jogando conversa fora com os amigos. Vendo da praia o cristo e copacabana. E foi jogando conversa fora e vendo o cristo que o mundo moderno finalmente soltou o aperto que tinha em minha alma.
Agora minha alma esta livre pra sair por ai, beber cervejas, ouvir samba, fumar, comer, amar. Tem asas e a liberdade e uma sensacao de que tudo vai estar bem me enche. Tudo isso gracas a vista do cristo e copacabana na praia deserta de noite.

Saturday, January 03, 2009

Paradoxo.

Hoje eu discuto à hipocrisia da sociedade e amanha eu pinto nas suas paredes as dores da minha alma. Hoje bebo a última gota de cerveja quente e amanha jogo insultos ressaqueados aos sete ventos. Hoje odeio a todos e suas açoes e amanha odeio a mim mesmo e tudo o que bebi. Hoje peco e amanha sou tudo menos santo.