Wednesday, December 31, 2008

Mais um anus, menos um ano.

Entao chegou de novo o fim. De um ano. E como é típico eu fico pensativo, fazendo um balanço do ano que passou com outros passados antes principalmente, as viradas anteriores com a que está ocorrendo no exato momento.
Entao estou eu com uma taça de champagne na mao, olhando os fogos repicados por entre os dez mil prédios que formam o horizonte, nem de perto longe bebado como eu gostaria e definitivamente nao na companhia que eu mais gostaria, imaginando como eu passei o ano anterior e principalmenta a virada. Bebado entre nao os meus melhores amigos, mas pessoas que nao me incomodavam muito, com pernas longas longas enroscadas no meu pescoço e ouvindo jazz. Mas este ano ali estava eu com a taça de champagne, semi-sóbrio vendo fogos artificiais recortados.

Hegemonia sensorial.

Me custou arrumar força de vontade para sentar e escrever algo. De uns dias pra cá eu ando com vontade de pouco, quase nada. Deitar e transformar-me em vegetaçao silvestre. Ou tomar algumas pastilhas destinadas à maes suburbanas com filhos barulhentos e um copo de vinho. Acabar dormindo dias seguidos. Acordar com a mochila já feita e a passagem comprada e a disposiçao do Kerouac. Kerouac este que eu me pergunto se ele também nao conseguia dormir antes de suas viagens, por que eu nao consigo, ha alguns dias já. Poderia culpar o verao, os mosquitos, a ansiedade ou minhas neuroses mas prefiro jogar a culpa na viagem.
Entao este ano acabou. Definitivamente nao foi dos melhores mas nunca tive grandes esperanças, nunca tenho e definitivamente esta virada nao vai ser boa como a última mas eu nunca esperei que fosse, como poderia ser? Nao que a outra tenha sido uma orgia regada à vinho, drogas e unicórnios. Mas eram pessoas que eu nao odiava e isso já é alguma coisa. Mal cheguei aqui, como vou encontrar pessoas com quem eu queira passar ano novo se nem vontade de procurar eu tenho?

Saturday, December 27, 2008

Uma temporada no campo.

Tudo acabou culminando no natal. Toda melancolia poética e insonia tornou o natal sumamente frustrante. Tudo aquilo típicamente natalino me cansou pouco à pouco e tudo o que eu queria era voltar pra casa sozinho e tomar calmamente um vinho, caindo lentamente no sono honesto dos ébrios. Nao deu certo mas meus planos raramente dao certo.
Acabei indo para a casa do meu tio avô nos suburbios. Normalmente nao gosto dos suburbios, grandes descampados com casas coladas umas nas outras e nenhuma árvore. Um deserto espiritual. Mas nao estes suburbios. Estem eram suburbios florestados, com milhares de sombras de árvores para escrever dez mil sonetos de amor e dez mil cançoes de coraçoes partidos, cadeiras e uma sacada para tomar um vinho e discutir nuances da vida. Minha inicial frustraçao nao durou muito, uma fraçao de segundo e derreteu. Ali estava tudo o que minha alma poéta precisava. Minha temporada no campo.
Grandes poétas antes de mim se cansavam de tempos em tempos das pressoes da vida urbana e nessa momento recorriam ao campo. A tranquilidade das pradarias seguramente ajuda à organizar as idéias e escrever à sombra de uma árvore faz maravilhas à idéias novas.
E além do campo em si a viagem até o campo me fez bem, me fez perceber que eu ainda nao estava quebrado por dentro, que o dano era só temporário, pelo menos foi o que pareceu. Agora, de volta á cidade para pintar um mural amanha, olho tudo com uma calma maravilhosa, que esperemos que dure o suficiente.

Monday, December 22, 2008

Um chá, por favor.

Tres e vinte e sete da manha e eu aqui, insone e meio resfriado. Deitei e tentei dormir, duas vezes e ambas falhei, levantei-me, fiz um chá e deitei no sofá pra ler. Na primeira foi chá de greenleaves, sempre me lembra aquela música do Simon & Garfunkel mas aquela era greensleves mas lembra mesmo assim, para terminar de ler A louca da casa um delicioso relato de Rosa Murano sobre escrever e a inspiraçao. Após isso eu realmente pensei que o sono viria, tinha terminado o livro entao podia dormir, mas nada, continuava insone e meio resfriado. Depois servi-me um chá de camomila com a total certeza de que seria tiro e queda, em alguns lugares da África usa-se extrato de camomila para sedar elefantes e tirar seu marfim, isso é mentira, entao pensei que fosse se encarregar do trabalho, mas nada, seguia insone e meio resfriado. Até que em um aleatório eu cai na cama e dormi, misteriosamente. E hoje acordei cansado e meio resfriado, ainda.
Definitivamente, tudo o que eu queria era que um belo par de pernas me trouxesse uma canjica e cuidasse de mim ou que nem trouxesse canjica nem cuidasse de mim, mas que fosse um belo par de pernas e esquentasse a água pro chá, que por mim podia ser de dramim, pra curar a insonia de uma vez.

Sunday, December 21, 2008

Trompete Milesiano.

Nesta cidade que nao chove, o domingo acordou cinza e chuvoso. Frio e com cara de cool jazz, obedeco e coloco o 'kind of blue' do Miles, caiu como uma luva quente de la num dia frio. Por enquanto nao posso pintar, já que meu já que meu atellier é a varanda e está tudo meio molhado entao fico olhando pela janela e ouvindo o trompete triste de Davies. Podia estar pensando em amores antigos, meninas passadas e como nenhuma deu certo, mas de como alguma delas seguramente teria tudo para dar certo se eu tivesse me dado o trabalho, mas apenas pensava no maravilhoso som do tropete do Miles.
Consegui dormir bem duas noites seguidas, o que é raro, mas definitivamente bom. Bem melhor do que ficar sentado na cozinha tomando chá às quatro de alguma manha qualquer olhando para o mar de prédios alaranjados que se veem da minha cozinha.
Mas tudo vai pelo seu caminho torto, daqui a pouco chega o ano novo e as perspectivas sao de melhoras, quem sabe arrumar um cachorro, isso definitivamente seria legal, ou quem sabe simplesmente sair pra dar uma volta e tomar um café, qualquer um estaria bom.

Saturday, December 20, 2008

Sabados putos, tao puros.

Decido escrever algumas palavras numa pequena pausa que tomei das minhas pinturinhas. Estou trabalhando numa pequena pilha de obras novas, um pouco mais do mesmo e um montao do novo. Coloquei o concerto para piano no. 1 de Tchaikovsky para tocar no volume máximo e preparei minhas coisas no meu attelier, o lado esquerdo da varanda.
Estranho isso, de ter um sabado sem ressaca, realmente me desacostumei. Mas muitos sabados tem vindo assim, puros, livres de ressaca. Nao estou no clima de sair e me embebedar, o que é raro, estou num momento de juntar moedinhas para meu grande plano. Grande plano este, que cada dia é mais tangível o que compensa sem problema algum os sabados sem ressaca.

Monday, December 15, 2008

Quando o dia te joga uma bola no ângulo.

Flaubert disse uma vez que ele sempre tentou viver numa torre de marfim, mas que sempre havia uma maré de merda batendo nas paredes, tentando derrubá-la. Grande Flaubert, sabia o que tava dizendo. Sabia o que dizia e eu concordo com ele em genero, número e grau, realmente tentamos levar nossa vida tranquila numa torre de marfim e a vida proporciona torrentes monumentais de merda à bater nas paredes e salpicar na porra toda. Mas estranhamente hoje nao teve ondas de merda na minha torre, devia ser maré baixa. Hoje consegui resolver tudo levei meu passaporte pra renovar e está pronto em duas semanas no máximo, bem à tempo pra minha pequena aventura, consegui pagar o que precisava, passei meus finais pra março sem nenhum problema e consegui lugar pra me matricular em belas artes em fevereiro.
Logo hoje que tinha tudo para ser um dia surreal, saiu tao bonitinho. Hoje andando por uma das ruas que eu mais odeio daqui, florida, uma rua peatonal repleta de turistas e pedintes, eu vi uma velha enrrugada mais ou menos com idade suficiente para ser a mae da Derci Goncalvez andava pela rua com um cartáz envolta do pescoço anunciava um sex shop qualquer com um chapéu de papai noel. Olhando aquilo eu só poderia pensar 'hoje vai ser uma dia daqueles'. E este sentimento só se solidificou quando eu vi uma familia tomando banho num daqueles regadores de praça, com direito a shampoo e tudo eu voltei a pensar no desastre que seria o dia, mas nao foi. Talvez minhas expectativas andavam tao baixas que a qualidade do dia pulou fácilmente por cima. O dia pulou por cima e ainda me jogou um clichê pra rir no meio da rua perto do porto, um barco tinha acabado de chegar e todos os marinheiros deciam com seus uniformes brancos à encontrar suas damas para beijos apaixonados, com tanto amor e melaçao no ar a única coisa que me veio à mente foi 'esses aí devem ter se perdido da conferencia de covers do village people'.

Friday, December 12, 2008

House of the rising sun.

A mudança já quase acabou. Ficaram muitas poucas caixas, se é que ficou alguma. O aparelho de som, que foi a primeira coisa fora da caixa, já nao está mais no chao, tem até uma mesa especial pra ele. Meus cd`s estao empilhados na mesa esperando que uma alma caridosa os ponha em uma estante só pra eles e quem sabe até poderiam estar em órdem alfabética, mas algo me diz que nao vai rolar, haja paciência. Talvez amanha seria um bom dia pra começar a arrumar o atelier, mas o amanha está tao longe que eu realmente nao sei. E talvez chamar aquilo de atelier seja forçar um pouco a barra, é o lado esquero da varanda. Varanda esta que é linda tem uma mesa para almoços e jantares e por que nao? Eventuais cafés da manha. E na frente da varanda tem uma arvore que é cheia das mais adoráveis florzinhas amarelas, milhares delas, dezenas de milhares que voam deixando o céu e as ruas como tapetes florais. Na sala tem um quadro meu na parede e livros apilhados pelos cantos. Livros estes infestam cada comodo da casa, sao em maior número que as prateleiras que os deviam conter. Uma avalanche de livros desprateleirados provocando tropeços e afins, acho que é o custo à se pagar pela nao ignorancia. E na sala ainda nao tem televisao e nem um lugar especial guardada pra ela, como poderemos fazer para ver algum filme num domingo de frio?

Sunday, December 07, 2008

Viva minha típica ressaca de domingo.

Ontem eu saí pra encontrar um amor e só tinha vodka, hoje peço aspirina e água. Hoje eu sou uma massa disforme de ressaca e amores nunca amados. Eu sou o tipo de pessoa que dorme no onibus e acaba em algum buraco depois dos suburbios, que depende de alguma pessoa com um ótimo kharma para dar-lhe dois pesos e assim tentar voltar pra casa. Eu sou aquele que de tao bebado ignora o 'passa tudo, agora!' e apenas sorri. Eu sou o que odeia reggae alheio em domingos de dor de cabeça. Hoje eu sou a ressaca, hoje eu sou um domingo de ressaca.

Thursday, November 27, 2008

School confidential.

Talvez possa ser estranho, ter escolhido meu último dia de aula para falar um pouco da minha faculdade. Bom, admito, é estranho mas como 'antes tarde do que nunca' é a frase de cabeceira de um bom postergador uso-o como desculpa para a demora. A verdade é que faz tempo eu estou com este post em mente, faltou o tempo (ha ha) para pô-lo em prática. Entao aqui estou eu, para descrever brevemente as figuras m ais ilústres (fora a minha própria pessoa, óbvio) da minha modésta faculdade. Como a maioria nao passa de zeros embaixo da mesa nao vou descrever de forma cansativa todos, só vou detalhar os que chamam a atençao de alguma forma.

A pequena

Quando olhamos a pequena pela primeira vez, nao a vemos logo de cara. Do alto de seu metro e meio as vezes é difícil notá-la o que ela acaba por compensar com uma personalidade extrovertida e espaçosa. Desligada a um nível comparável ao meu, suas entregas sao ao último minuto, minutos após a minha, vai à aula e nao faz muito, mas vai pra nao ter faltas e ficar livre, meio assim como eu. Outro dia chegamos atrasados e ficamos fora da mesa que normalmente sentamos, entao sentamos juntos numa mesa vazia e conversamos enquanto nao faziamos nada, mas fingiamos fazer para nao atrair olhares reprovativos. Aparentemente compartilhamos o mesmo ódio pelas pessoas, a impressao de que 'sao todos imbecis até que se prove o contrário' e uma certa indiferença por grande parte dos nossos colegas. Mesmo nao sentindo nenhuma atraçao física por ela deve ser uma das minhas pessoas favoritas na faculdade.

O virgem

Assim que eu entrei na aula, no meu primeiro dia de aula (que foi uma semana depois do primeiro dia de aula dos meros mortais) eu olhei pra esse sujeito e pensei 'esse é virgem!' . O tempo só serviu para aumentar e por fim confirmar minhas suspeitas. O sujeito tem uns 19 anos e gosta de mangá (nada contra mangá eu gosto de um ou dois, nao mais.) e existem dois tipos de pessoas que gostam de mangá os que conseguem meninas e os que conseguem tendinite e este sujeito gritava tendinite com cada célula do seu corpo. Acho que tem à ver com o quao cool você consegue aparentar gostando de mangá, o que é difícil. Outro fator que o torna um caso difícil no departamento feminino seria o seu péssimo gosto musical, speed metal, trash metal, i dont get pussy metal e outras vertentes metalísticas. A questao com o metal é que você só consegue usar ele em seu favor dentro de um certo nicho (metaleiros) e para apartir daí conseguir pares de pernas seria necessário a indumentária (calças de couro e tachas) se nao você acaba como 'um cara que gosta de metal' o que nao ajuda suas porcentagens.
É uma daquelas pessoas boazinhas e sem paixoes, você olha e sabe que as mulheres vao simplismente pisar nele. Isso se nota quando você ve que é uma pessoa sem paixoes, ser apaixonado por algo resulta como algo muito atraente ("se ao menos um dia ele possa me amar tanto quanto ama poesia russa"). E ainda diz que é interessado por graffiti quando nunca pegou numa lata e o máximo que ele já fez foram uns rabiscos no canto dos seus cadernos. Aparentemente sua situaçao nao tem previsoes de mudar.

A interativa

Muitas pessoas seu café pela manha mas poucas sao as pessoas que como nosso querido exemplo, trocam o açucar pela cocaína em seus cafézinhos matinais. Desnecessário dizer como isso influi no comportamento dela. Todos conhecemos pessoas que falam muito mas esta, esta passa qualquer nível de 'falar bastante' . E além do mais ela é fancesa ou boliviana (nao entendi muito bem ainda) entao ela tem um sotaque estanho e gírias que eu nao conheco. E como se nao bastasse falar toneladas enquanto eu ainda nem terminei de acordar (o que ocorre lá pras dez da manha) ela nao faz absolutamente questao alguma de alguém estar falando com ela, ela simplesmente fala sozinha. Comenta consigo mesma o que está bem e o que nao está bem no seu trabalho, o tempo, politica e até o futebol de domingo.

Saturday, November 22, 2008

Nenhum porre é igual.

Novamente comprei uma garrafa de vinho, mas questoes monetárias pediram por uma garrafa mais barata, nao de qualidade duvidosa, apenas mais barata. Entao fiquei em casa no sabado, pintando novamente o círculo cromático que nao ficou satisfatório.
Talvez devesse evitar olhar demais pela janela, poderia ser melancólico demais. Devia me concentrar apenas no círculo seus tres tons básicos, tres sub tons e doze cores totais. Preucuparme como está a transiçao do violeta-azulado para o azul ultramar. Provavelmente devia me importar com isso ao invéz de pensar se o meu cachorro está bem, se sente saudades de mim, se poderei traze-lo algum dia, se meu piano ainda está lá ou se o mural que eu comecei atráz da minha porta ainda está lá.
Talvez eu devesse parar de ouvir o Réquiem do Mozart, botar uma bossa nova, um samba, um cartola! Mas o samba me faz nostálgico, sempre me lembra de amores que nunca foram, e a bossa, nem te digo. Nao canço de dizer que foi a bossa que me ensinou à amar.
No quesito novidades posso ressaltar o mural que eu pintei por aqui e a minha exposiçao. A expo nao foi grande coisa e nao foi apenas minha, mas eu fiquei muito feliz com as minhas obras penduradas em paredes alheias. Gostaria de pensar que esse tipo de informaçao cairia super bem no meu curriculum de artista, mas sinceramente, eu nunca me preucupei muito com essas coisas.
No momento procuro manter o menor nível de preucupaçoes possível. Minha tia reclamou que eu convidei uns amigos pra cá ontem. Realmente vou pouco me importar, ela sempre traz pessoas. Ela dessarrumou meu armário e enfiou os álbuns de fotos dela de qualquer maneira amassando meus trabalhos da faculdade? foda-se, nunca dei importancia à eles. Nao tenho um trabalho? O único que eu preciso sao trocados suficiente pra ir pro Brasil e passar tempo com pessoas com as quais eu passei tempo suficiente para nao odiar.

Friday, November 14, 2008

Nunca tao só.

Enquanto eu olhava pela janela me dei conta, estou só. Nao importa a deliciosa garrafa de Gato Negro suavignon blanc 95` que eu tinha tomado, nao importava o último cigarro que queimava entre o indicador e o médio e muito menos importavam as 16 janelas que eu via acesas. As dez mil pessoas que podia haver nessas dezeseis janelas nao me conheciam e eu nao conhecia elas.
Talvez foi nesse momento que me dei conta de como sinto saudade das pessoas tanto conhecidas como nao.
Logo eu, que sempre me julguei tao auto-suficiente com meus fins para meios, sentindo saudades. Olhando pela varanda aos rostos desconhecidos e terminando o cigarro.
Eventualmente o cigarro acabou e queimou meus dedos, mas a saudade continuou. Poderia dizer que continuou 'queimando a minha alma', mas isso ficaria muito gay.

Tuesday, November 11, 2008

As perguntas que nao me fizeram.

Nome: Emannuel Charles
Idade: 20
Local de Nascimento: Basiléia, Suiça
Peso: 72
Altura: 1.83 ou algo por aí.
Apelido de infância: Teko.
Qual é a sua maior qualidade?
Intelecto (serve?)
E seu maior defeito? Arrogancia e prepotencia.
Qual é a característica mais importante em um homem?
Bons pensamentos entre as orelhas.
E em uma mulher?
Um belo par de pernas, mentira, algo sobre o que falar.
Qual é a sua idéia de felicidade?
Poder viver do que eu gosto.
E o que seria a maior das tragédias? Uma vida sem criar.
Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? Jack kerouac, definitivamente.
E onde gostaria de viver? India ou londres, quem sabe paris.
Qual é sua cor favorita? Escala de cinza
E o seu desenho animado?
Tom e jerry.
Quais são os seus escritores preferidos?O velho safado do buk, os Beats, kerouac, Nietszche, Hesse
E seus cantores e / ou grupos musicais?Beatles, Davis, Coltrane, Dylan, Beethoven
O que te faz feliz instantaneamente?Tomar café vendo as coisas passarem, longas viagens de trem, cerveja minha de cada dia.
Quais dons você gostaria de possuir?De me importar um pouco mais com as coisas, mas nao me importo muito em nao me importar.
Tem medo da morte?Nao, só de viver mal.
Quem é seu personagem de ficção favorito? Pennuts ( o minduin)
Qual defeito é mais fácil de perdoar? o da pessoa ser muito espalhafatosa.
Qual é o lema de sua vida?Poderia dizer que a única responsabilidade que vc realmente tem é ser a melhor pessoa que você pode ser.
Qual sua maior extravagância? Arrogância e prepotência.
Qual é o maior amor de sua vida? Eu mesmo, na falta de outro qualquer.
Onde e quando foi mais feliz?Uma vez que estava sozinho e bebado em cassa escrevendo versos no sol e brincando com os cachorros e depois saí para encontrar pessoas que eu gostava.
Pensa em ter filhos?Acho que duas meninas e vou ter um cachorro grande, que elas vao usar de cavalo.
Quantos? Duas.
Um animal de estimação: Um cao com nome de filósofo e um gato com nome de poéta.
Uma atividade física: Corres 6 quarteiroes pra lá, seis pra lá e seis pra voltar.
Um esporte: Futebol com terceiro tempo na mesa do bar.
Um prato que sabe fazer:
De tudo, eu realmente cozinho muito bem.
Uma comida que adora: Brócolis.
Uma invenção tecnológica sem a qual não vive:Reprodutor de mp3.
Gasta mais dinheiro com:Bebida e suplementos artisticos.
Uma inabilidade: Conversas fúteis.
O que não faria em nome da vaidade?Nao se me ocorre nada.
Uma mania: Escrever em onibus.
Uma saudade: As pessoas que ficaram em petrópolis.
O primeiro beijo: Realmente nada que valha à pena relatar, duas pessoas sem graça no cinema.

Wednesday, October 29, 2008

Pé na estrada.

A medida que os dias vao passando, eu desejo menos dias. Para cada dia que ficou para tras eu desejaria que tivessem sido três. Faltam quatro semanas e dois dias para o fim das minhas aulas mas eu já nao aguento mais. Nao que eu vá abandonar a carreira (de novo) mas umas férias viriam bem. Ainda mais com o que eu tenho planejado pra essas férias. Um tipo de Kerouac sub desenvolvido.
Agora tudo o que me falta pra cair na estrada é um emprego medíocre para os próximos dois meses, nada luxuoso, apenas algo pra ter uma graninha para botar o pé na estrada. Talvez numa sorveteria ou algum outro lugar que nao me enxa muito o saco e que nao pague muito mal.
Entao quando o ano novo passar e eu pegar meu ultimo pay-check caio na estrada, calculo dia 3 ou 4. Saio pra tomar umas na minha última noite aqui para ter uma leve ressaca que diminua a viagem e levo duas garrafas de vinho para que a viagem seja mais curta ainda e depois... Ainda nao sei.

Monday, October 20, 2008

Você está pisando no meu pescoço.


"I could pass the test, but i like having low self-esteem. Makes me feel special."
Lane.

Nao sei se alguém lembra da Daria, uma menina dum desenho animado na mtv. Uma menina que odiava todo mundo e era, para dizer pouco, bastante pessimista. No geral, uma maravilha. Entao, eu lembrei dessa faceta muito importante da minha infancia e procurei no youtube, para minha surpresa, eu acabei me tornando aquilo, um 'pessimista'. Sem problema, eu sempre pensei que é bom ser pessimista, a barra nao fica muito alta. Entao quando voce pensa em como um acontecimento vai se desenvolver ele costuma sair melhor do que o esperado (por que, por ser pessimista voce pensa que vai sair mal). Enquanto que sendo otimista, voce imagina os resultados tao exelentes, que eles costumam ir pior do que voce pensou, uma merda.

Pode parecer um pouco duro ser tao pessimista, mas nao costuma falhar. Tentar ser otimista por outro lado, sempre volta e me fode.

Entao eu vou levando minha vidinha assim, com uma xícara de chá permanente na minha mao direita enquanto estou em casa, nao exagero quando digo que passo o dia inteiro tomando chá. Ainda mais um dia como hoje, no qual o céu quebra e cai em gotas gordas. E prefiro pensar que é toda a cafeína do chá que me deixa acordado à noite e nao fantasmas de natais passados. É sempre mais fácil viver mentindo para si mesmo, já dizia John Lennon.

Sunday, October 12, 2008

Pregando o satanismo e praticando a felaçao.

Enquanto ouço as poéticas palavras que emfeitam o título saírem das caixas de som que saem do ipod no modo aleatório bebeirico um drink, nada elaborado, mas um dos meus favoritos. Skinny bitch, nada mais que vodka e coca light, me conquistou pela simplicidade e força.
Sinceramente acho que falei suficiente do meu drink, nao creio que haja uma boa proposta em escrever pilhas de parágrafos sobre um drink, muito menos um desprovido de qualquer nível de complexidade, é bem simples: 2/3 coca, 1/3 vodka nao muito barata (pelo bem da sua 'morning after').
A questao é a falta do que falar, nao tenho feito nada. Tento acompanhar campeonatos que estao do outro lado do oceano mas ando desatento demais para saber com quantos pontos anda a gloriosa Fiore ou quanto foi o último jogo do Villa.
Na mais cruel das realidades, ando sem concentraçao para nada, até estas palavras custam à sair.
Entao os deixo com um texto vago, quem sabe poético.

Sunday, October 05, 2008

Preocupante é domingo sem ressaca.


Tive um domingo sem ressaca, algo raro, levando em conta o efeito devastador da vodka barata (mas superfaturada) que se vende na maioria dos lugares que eu frequento. Normalmente meus domingos sao inutilizados pelos meus ocasionais 'exessos' da noite anterior, acabo por acordar a qualquer hora e passar o dia inteiro jogado sem fazer muito, resmungando e em silencio, já nem falo para mim mesmo 'nao bebo mais', já entrei em paz comigo mesmo que isso nao vai acontecer, independente do quao grave seja a ressaca. E acreditem em mim, aqui elas sao fortes, nunca tinha tido ressacas com dores de cabeça que te partem a cebeça em dois pedaços, algo mais ou menos como uma lobotomia sem anestesia deve ser, novamente, atribuo a culpa à vodka barata e superfaturada (superfaturada à níveis inimagináveis).


No geral pode-se pensar que um domingo sem ressaca, sem dores de cabeça lancinantes, sem votade do teto cair encima só para terminar com a terrível dor de cabeça, seria um lucro. Mas definitivamente este meu domingo sem ressaca nao foi dos melhores domingos que já foram apresentados à mim. Nao teve nada a ver com o fato de nao ter feito muito ou bebido muito, a noite no geral nao foi ruim. Talvez tenha mais a ver com a calma que a ressaca de morte me produz, eu estou tao preocupado em nao deixar as duas partes da minha cabeça se separarem e deixarem meu cerebro cair no chao da cozinha, que nao sobra muita capacidade de pensar e no panorama presente, isso surge como algo bom.

Saturday, September 27, 2008

Nada de nada.

Fiquei tanto tempo sem escrever coisas que aparentemente perdi a prática, apenas tenho escrito um que outro poema em bancos de onibus. Continuo desempregado e juntando moedas para tomar um chopp no fim da semana, ou seja, tudo anda mais ou menos na mesma. Bom, quase tudo,
eu ando procurando um emprego com o dobro de afinco agora. Um crecente sentimento de inquietude vem se desenvolvendo, uma vontade de sair por aí e conhecer lugares. Já está quase decidido que eu vou pro Brasil no fim do ano, mas eu talvez faça da viagem algo tao importante quanto a estadia. Ao invés de ir em aviao ou de onibus de uma forma direta, estou pensando em ir parando nos lugares e conhecendo pessoas ou lugares.

Talvez essa seja a oportunidade de parar e repensar algumas coisas ou talvez nao, isso sempre soou um pouco clichê demais pro meu gosto mas sair por aí vai me fazer bem. Pode ser que seja 'febre da estrada', eu sempre me senti bem andando de carro pelas estradas e vendo as coisas passarem, nao sei, sempre me clareou a mente.

Entao os preparativos começam, já comecei a criar a playlist 'songs for the road', um compendio de músicas para a estrada a maioria folk, o folk combina com a estrada. Também separei o 'on the road' pra ler de novo e separei um porquinho pra juntar uns trocados para cervejas no caminho, agora é só botar o pé na estrada.

Wednesday, September 10, 2008

Eu vou bem, obrigado. Nao fantástico, mas bem, deve ter algo a ver com meu horóscopo, ele se mostrou bem otimista hoje. Sei que talvez possa parecer estupido prestar atençao em algo tao aleatório quanto um horoscopo, mas é difícil se manter pessimista quando as constelaçoes teimam em mandar boas notícias.

Hoje eu me senti um tanto quanto alegre, acordei e fui tomar um café na esquina enquanto lia Saramago e desenhava. Nao levei o ipod, preferi escutar os sons das coisas, boa idéia até aparecer um cara pra concertar a porta do café na base da martelada, nao fiz drama, peguei minhas coisas e fui embora. Depois peguei algo de grana e fui comprar uns materiais que eu preciso pra faculdade, aproveitei e comprei umas folhas pra desenhar, grandes, um metro por setenta.

Eu ando pensando muito. Penso em gravar umas músicas próprias. E tenho pensado que independentemente de nao estar no momento mais feliz e alegre que já tenha se apresentado, eu devo aproveitar essas 'ilhas de alegria', esses dias bonitos e de manhas sem ressaca ou esses cafés da manha no café da esquina. As vezes eu penso que sao apenas esses pequenos luxos que fazem tudo valer a pena.

Monday, August 25, 2008

Algo tipo a praia.


Eu decedi a uns 15 minutos, este verao eu vou pro rio. Nao sei muito bem como, complica um pouco se levar em conta o quao desempregado eu estou. Mas de um tempo pra cá eu tenho me sentido muito inquieto, e olha que eu nem andei lendo On the road. Mas entre as idéias que eu tenho, rio mantém-se como a mais viável, deus sabe quanto está uma passagem para Índia ou Europa, eu quero uma viagem de mochila, nada de luxo algo tipo 'A praia' do Danny Boyle.

Wednesday, August 20, 2008


Nunca me senti tao otimista quanto no domingo, eram oite e meia ou nove da manha e eu estava voltando pra casa depois de uma das minhas típicas noitezinhas de bohemia. Voltavamos eu e um amigo meio bebados da noite anterior ainda, mas nada muito grave. Eu voltava arrancando pedacinhos dos outdoors e propagandas, prum quadro novo, pra fazer um trabalho de colagem ou algo assim. Algo no sol batendo nos prédios ou nas listrar de calor do son entre listras frias de sombra me dizia que eventualmente tudo vai estar bem. Talvez nao agora, nem amanha ou depois mas em algum momento algo vai acabar dando certo e as engrenagens vao mover-se à melhorar tudo ou parte de.


Nao pensem que mudei completamente, que me transformei num otimista utópico. Ainda sou pessimista como poucos. E a prova disso veio neste sabado. A situaçao era quase a mesma, a volta pra casa depois de uma noite de bebedeira o lugar era perto ao da última vez, uns 20 ou 30 quarteiroes de distancia e umas 4 horas mais tarde que a volta da semana passada. Entao eu estava voltando pra casa umas 2 ou 3 da tarde com a ressaca mais grotesca que uma pessoa possa conceber e tudo que me passava pela cabeça era as letras de 'looser' do Beck. E quando eu pensava que nao podia ser mais surreal, um homem que passou do meu lado deu um berro pra cima de mim sem nenhum motivo mas eu ,tao imerso em minha ressaca, só notei depois de um tempo. Devo dizer que a manha inteira foi etérea como um livro do Burroughs.

Tuesday, August 12, 2008

Aleatoriedades ébrias.


Eu tinha esse plano todo bacana de falar de como eu nao sou mais um vagabundo. Eu ia falar de como eu passei de ser um vagabundo completo na sexta à cursar duas faculdades na segunda. Mas esse plano acabou nao funcionando tao bem, eu até ia falar de como eu nao ia poder mais usar a técnica de seduçao de que sou um vagabundo dedicado à arte, e depois ia até comentar que ainda poderia usar, mas só se mentisse para as meninas (ia até colocar algo entre parentesis dizendo 'nao querida, pra você eu nunca menti, por que você era especial'. Ficaria como liberdade poética.).
Mas aconteceu que meu plano só saiu pela metade, de jovem que faz duas faculdades (música e desing gráfico) acbei sendo um pseudo-hippie que faz apenas duas matérias de licenciatura em instrumente (piano).
Eu juro que tentei transformar-me em algo que valhesse a pena para a sociedade, mas falhei, nao é culpa minha. Talvez seja a sociedade que exija demais de mim.
Pelomenos hoje recebi um bom par de propóstas para expor meus quadros, e até um elogio ou dois. Quem sabe seja disso que eu acabe tirando meu pao de cada dia, e nao de alguma matéria mediocre qualquer.
Fora isso, este final de semana eu falei com alguns dos meus melhores amigos, e o fato deles brigarem para ver quem falava comigo me fez sentir tao nostálgico. Em momentos como estes eu penso que uma pessoa só sabe como a vida pode ser dura quando você tem que deixar amigos pra trás.

Saturday, July 26, 2008


Três e treze da manha nao é o melhor momento pra procurar amigos pra conversar no msn. Nao é o momento pra procurar ninguém. Eu devia estar dormindo, mas nao estou. Nao sou uma pessoa que está dormindo às 3:13 da manha à um bom tempo. Acontece que às três e treze da manha eu estou começando a pensar em dormir. Uns últimos retoques no quadro, uns últimos amores para resolver.

Acontece que às 3:13 da manha estou terminando algumas conversar pendentes, mas nao por isso, menos importantes.

E acontece que prefiro ficar acordado à madrugada e por consequencia, dormir durante o dito cujo 'dia'. Nao sei o quanto aguento acordado, prefiro deixar isso para os tais dos `responsáveis`, ou deus saberá como eles preferem ser chamados.
Vou ficar bebendo pela madrugada e acabo surgindo como um vagabundo, mas nao ligo, nunca nasci para ser apenas mais um terno. Aquela velha alma de artista nao deixa.
Enquanto eu termino isso eu penso, enquanto a boate com clima revival anos oitenta, solta o som no máximo, esse post, fez algum sentido?

Monday, July 21, 2008

Tristeza nao tem fim. Felicidade, sim.

Minha viagem pro Brasil foi por água abaixo, entrou pelo ralo e foi devorada pelos crocodilos que infestam os esgotos. Era um tiro estreito, uma falta a ser cobrada de longe. Achei que tinha uma chance de bater na trave e entrar. Acabou que nem perto passou, o comentarista até comentou que eu quase acertei um torcedor. Realmente uma pena, eu realmente queria ir, por que começo a sentir muitas saudades das pessoas que merecem que eu sinta saudades delas. E ainda por cima, era a última chance de estar com todos meus amigos juntos, antes da separaçao inevitável.
Era inevitável essa 'separaçao inevitável', daí a inevitabilidade expressa no nome. Parte do ciclo da vida em pequenas cidades. Algumas pessoas vao para cidades maiores fazer faculdade, outras ficam nas cidades pequenas e outras se casam e se mudam para cidades que, honestamente, nao tem nada a ver.
O único que eu queria era a oportunidade de fazer uma verdadeira despedida. Algo como tomar cervejas na praia até ficarmos bebados ou irmos todos a comer à algum lugar bacana, mas nao deu.

Friday, July 04, 2008

Às três e quarenta e dois em uma janela perto de você.

Eu nao tenho dormido bem, tenho dormido muito, mas mal. Nao vou dormir antes das tres há alguns meses, já e há mais o menos o mesmo tempo eu nao acordo antes do meio dia. Nao sei muito bem o que eu fico fazendo até as tres da manha numa terça, pinto um pouco e algo por aí. Gostaria de estar lendo um pouco mais, para alguém com tanto tempo livre eu tenho lido muito pouco. Estou preso no meio do lobo estepário do Hesse, realmente um bom livro. Mas nao tenho tido cabeça para ler, ou para muito mais. Tenho acendido cigarros ao contrário e esquecido de coisas. As mesas de bar tem sido distantes e surreais e as caminhadas nas ruas frias e oscuras, muitas.
Nao tenho feito nada, tenho minhas aulas de piano às segundas e fora isso, tempo livre. Entao é comum ficar até três ou quatro da manha acordado, independente do dia.
Sempre me vem uma sensaçao estranha quando eu fumo meu último cigarro da noite, que eu sempre fumo na varanda. Sinto como se fosse a única pessoa viva na cidade, sao só luzes apagadas até onde eu posso ver, dá sentir-se muito solitário numa situaçao dessas.
O outro dia eu estava fumando meu último cigarro antes de dormir e noto uma janela acesa na esquina enfrente à minha casa, como era a única janela acesa até onde a minha vista alcançava, comecei a prestar atençao na silhueta que se movia por trás daquela janela e para minha surpresa o indivíduo estava fazendo faxina, ás 3:42 da manha. Limpando janelas e passando pano no chao.
Apesar de tudo, tem gente mais perturbada do que eu. Entao hoje eu optei por uma boa garrafa de vinho e uns cigarros, se hoje eu nao dormir como um anjo eu desisto.

Thursday, June 26, 2008

Uma soluçao típica.


Terça feira eu saí pra beber. Sei o que vao dizer 'terça feira é dia de beber, por algum acaso?', talvez nao seja o mais propício dos dias mas dentro do meu estilo de vida uns copos na terça caem como uma luva. Nao digo que fui encher a cara e ficar na garupa do bozo ou pra lá de bagda, apenas tomei umas cervejas no aniversário do meu primo com um montao de gente que eu nao conheco. Essa parte é a que pouco importa por enquanto.

A questao foi que eu fiquei um pouco bebado e quando digo pouco, foi pouco. Voltei pra casa pensando em poemas e fui deitar e dali passei a pensar em todas as pontas soltas que eu deixei no Brasil e à medida que ia pensando nos tais problemas as soluçoes vinham. Soluçoes vinham tao fácil para os problemas que vinham me atormentando há muito, muito tempo. Todas as soluçoes para todos os problemas. Naquele instante eu tive certeza que, se me levassem ao oriente-médio eu resolveria aquela palhaçada toda em questao de minutos.

Foi maravilhoso ter todas as soluçoes naquele instante e como tudo que é bom, nao dura, na manha seguinte as soluçoes para todos aqueles problemas tinham desaparecido. Uma pena, eu devia ter anotado, se é que elas fariam algum sentido no dia depois.

Thursday, June 19, 2008

Melancolia

Hoje eu saí de casa, tudo bem que foi só até a esquina comprar cigarros e voltar, mas saí de casa. Nao consigo lembrar quando foi a última vez que saí de casa, deve ter sido a uns três ou quatro dias atrás e também foi uma saída de utilidade, acho que foi até o supermercado comprar whisky e cigarros. E antes disso só tinha saído pra tomar um café do outro lado da rua. Entao hoje nesse dia chuvoso decedi ir comprar cigarros, estava postergando a compra desde ontem entao acabei indo. Pode parecer loucura, mas eu esitei em frente à porta, surgiu de dentro de mim um medo imenso de que eu tivesse perdido todas as minhas faculdades sociais, que em meio à minha solidao eu tivesse esquecido como interagir com as pessoas. Por longos segundos fiquei com a mao na maçaneta duvidando da minha capacidade de permanecer na sociedade, de interagir com outras pessoas.
Quando finalmente saí as coisas só pioraram de alguma forma eu sentia que todas as pessoas na rua (duas comprando cigarros e o cara que vendia cigarros) olhavam pra mim e sabiam tudo que tinha de errado comigo, tudo de errado comigo que eu sei, tudo de errado que eu nao sei, tudo de errado que eu nem imagino. Olhavam pra mim e viam diretamente minha alma e tudo o que tem de errado nela.
Depois disso eu simplesmente comprei os cigarros e voltei pra casa e me preparei um drink, dos grandes. E enquanto tomava esse conhaque com soda e fumava um cigarro enquanto olhava para o horizonte recortado por prédios, nessa tarde fria e chuvosa de junho. Foi que eu me senti mais sozinho e infeliz em toda minha vida.

Monday, May 26, 2008

Homicidio de guitarra plástica.

Quem tem irmaos menores, sobrinhos menores ou primos menores, sabe o quao ruim é a idéia de comprar brinquedos que façam barulho ou qualquer tipo de instrumento musical de percuçao (tambores, chocalhos, pandeiros) e sabe que o quao perto de cometer um homicidio múltiplo infantil você fica ao simplesmente ignorar essa regra, que convenhamos deveria ser a regra de ouro para a manutencao de crianças em apenas um pedaço.


Entao aqui estou eu, e esses três enviados infernais estao aqui tocando seus novos bongôs e maracas. Com tanta noçao de ritmica quanto um bebado de bar tem noçao de harmonia e métrica ao cantarolar suas melodias bebadas. Nao me entendam mal, adoro música e boto mó força para que crianças tenham um aprendizado musical, mas nao percuçao-amadora e muito menos perto de mim.


Também nao aguento criança mal criada, estes sao mal criados e barulhentos. Já estou até vendo "inmigrande ilegal mata tres niños usando una guitarra plastica de jugete", básicamente informando como eu vou transformar a cabeça dessas criancinhas em pure usando um violao plástico de brinquedo.


Pode parecer que eu tenha pouca paciência, mas eu nao tenho pouca paciência, tenho menos que pouca.

Tuesday, May 20, 2008

Boa e velha Bossa Nova.

Olá queridos leitores (nao sei se vocês contam como leitores ou como curiosos ocasionais, desculpem), o vosso querido interlocutor está doente. Terrivelmente doente, mortalmente enfermo, surpreendentemente nausebundo. Efim, doente pra caramba. Todo esse drama se deve ao fato de que eu nao sei ficar doente. Nao suporto muito bem aquela história de ficar de cama e tomar canja, odeio canja. Entao imaginei o sofrimento que foi para mim passar os últimos três dias todo fudido (desculpem o palavreado, mas era assim MESMO que eu estava)? Entao eu passei três dias nao muito bons e NADA produtivos (ver tv e morrer de dor nao é produtivo).
<>

Agora eu finalmente estou melhor (alelúia) e infelizmente continuo tao produtivo quanto quando estava à beira da morte (esqueci de mencionar que quando estou doente eu fico meio melo-dramático, como se eu fosse Ivan Ilitch no romance do Tolstoi). É claro que agora que o cheiro de tinta nao me da vontade de vomitar eu pude voltar à pintar e agora que respirar nao dói mais eu posso sair pra dar uma caminhada, mas acho que finalmente eu pirei. Pirei por que eu mal posso esperar para que eu comece a faculdade e o trabalho, assim eu finalmente posso fazer algo e parar de acordar meio dia.


Pode parecer locura, nao querer acordar meio dia. Mas experimente fazer isso durante um bom tempo. Parece que você nao tá fazendo nada da vida e digo, nao é legal.


Outra foi que me bateu uma saudade imensa do Brasil, assim muito grande mesmo. Deve ser culpa da bossa nova. Ouvir bossa nova sempre me deixa meio besta, meio romântico incurável e meio saudoso. O que eu posso fazer? Foi a bossa nova que me ensinou a amar. Eu achei meio estranho isso de 'sentir saudade', por um instante eu pensei que fosse eu ficando doente de novo e que ia vomitar, mas depois de um tempo de nao vomitar pensei um pouco mais e deduzi que era essa tal de saudade.

Friday, May 09, 2008

Noites porteñas.

Mais uma vez venho à vocês da distânte terra da porteñolândia, vulgo argentina. E novamente sem muita idéia do que dizer mas com vontade de escrever algo, mas nao sei ainda muito bem o que. As coisas tao indo bem calmas, calmas até demais, para ser sincero. Como alguns já devem saber, eu abandonei marketing. Realmente nao era para mim, muita xinxa e pouca foda (muita administraçao e pouco criativo para ser menos vulgar). Entao eu decedi trocar por desing gráfico numa faculdade do estado, é eu sei, eu também nao me imaginava fazendo estadual mas sao as trocas de posiçao dessa trepada que é a vida. Mas infelizmente só posso começar a tal da UBA no começo do ano que vem entao em teoria eu estaria coçando saco até lá. Mas como é muito tempo eu acho que vou começar uma carreira curta agora no meio do ano as opçoes sao producao musical ou belas artes (*-*).



Entre outras coisas que valem a pena mencionar posso contar a minha sexta passada. Me juntei com uns amigos da faculdade (ex faculdade, né?) e fomos pra casa da pseudo-namorada de um deles (aqui também tem essa de peguete sem compromisso). Acontece que era uma festinha com litros e litros de Gancia (uma bebeda alchoolica típica, meio parecido com Contini ou Martini) e uma boa meia garrafa de absolut que ninguém tava dando muita bola (tolos). Acontece que o pai da menina em questao é um artista plástico aparentemente bem conhecido. Entao ficamos todos lá tomando bebidinhas variadas (a cerveja tinha acabado antes de nossa ilustre chegada) e ouvindo Zepellin e conversando. E posso dizer que as conversar de bebados sao conversas de bebados em qualquer lugar do mundo. Depois os caras foram jogar um truco e como eu nao sei jogar eu fiquei lendo uns livros de arte que tinha por lá.

Saturday, April 19, 2008

O cinema passou a perna em mim e provavelmente em você também.

Eu adoro cinema, mas ele me passou a perna. Aquele amontoado de clichês que parecia bem legal na 'telona' (odeio essa expressao) nao sao nem suportáveis ou plausíveis na vida real.
As mulheres saem do cinema imaginando que a qualquer momento alguém vai fazer uma mega demostraçao de amor como cantar uma música piegas na frente do colégio inteiro ou algo assim e os homens saem do cinema achando que vao ter que fazer um papel de otário semelhante ao do imbecil do filme para conceguir um pouco de 'amor' (bunda, sexo, etc...).
O cinema costuma criar expectativas que provavelmente nunca se tornarao reais. Primeiros beijos nao costumam ser romanticos e primeiras transas costumam ser mais constrangedoras e sem graça do que experiências mágicas e lindas. A 'morning-after' costuma ser uma experiência muito, mas muito (mesmo) sem graça e com muito pouco diálogo, nao como nos filmes aonde os recém comidos e recém comedores tem folhas e folhas de diálogo enquanto preparam algum omelette ou outro café da manha cinematográfico.
Outra enganaçao traicoeira é a de que aquela mulher gostossérrima que sentou do seu lado
(pra começar, mulheres gostossérrimas nunca sentam do seu lado) no onibus nao vai pedir pra você descer na casa dela e fazer sexo selvagem, ou aquela linda mulher que sentou do seu lado no aviao nao vai pedir para você ir pro banheiro com ela e uma aeromoça receber uma 'salivada nos gêmeos'.
Eu também fui vitima. Fui embora do país e nem tive um 'grand finalle' de declarar meu amor secreto à uma garota e convence-la a ir embora comigo. Ou alguma garota que corresse como uma maluca pelo aeroporto tentando me alcancar para dizer que sempre me amou e que quer que eu fique pra sempre com ela e ter filhos e um happy ending.
Outra é que aquelas declaraçoes de amor cinematográficas sao bem diferentes das reais, as reais costumam ser mais sem graça (cheias de vergonha). Como quase tudo na vida real, é mais sem graça que no cinema.

Wednesday, April 09, 2008

Já devo ter dito isso algumas vezes e mesmo correndo o risco de soar repetitivo direi de novo, é sempre bem difícil achar o que escrever por aqui.

Eu cheguei ao meu primeiro mês vivendo fora, passei do primeiro mes na verdade, e até agora as coisas tao indo bem. Eu estou na faculdade e até comecei a estudar para as provas (parciais) que sao só daqui a uma semana e pouco. Pra quem me conhece isso é no minimo estranho e pra falar a verdade, um pouco perturbador. Eu admito, nunca fui um grande aluno e metafóricamente me cagava pra escola. Nao que eu fosse burro, pelo contrário sou bem inteligente, inteligente pra caralho, para ser sincero. Mas nunca achei importante quase nada do que se aprende na escola, chamem de egocentrismo, mas sempre pensei que estivesse acima dessas coisas mundanas. Mas isso fica para outro dia.



Eu sempre reclamei do marasmo de petrópolis, lembram? Bom, nao é que eu sinto falta dele. Mas agora lembro dele com uma nostalgia de um velho que lembra dos 'bons tempos'. Eram bons tempos mesm, mas ficaram pra trás. Agora eu to no que seriam minha últimas tardes de marasmo portenho (porteño, no orginal), eu vou à faculdade bonitinho de manha e faço um esforço sobre humano pra nao dormir que na maioria das vezes funciona e eu NAO durmo nas aulas e chego em casa para uma siesta (vulgo, sonequinha), ficar vegetando um pouco em casa, talvez correr um pouco à tarde para compensar todos os cigarros e no final da tarde tocar um pouco de violao ou pintar.



Mas isso está terminando, meus amigos! Amanha mesmo eu começo meu curso de harmonia avançada (era para ser básica, mas acabaram as vagas), começo a tabalhar próximamente e apartir do segundo semestre eu vou começar uma segunda faculdade, a de produçao musical. Entao meus amigos, fiquem felizes por mim. As coisas começam a dar certo finalmente.



Por exemplo, acabei de descobrir um curso de guitarra jazz, muito barato. Vou fazer, fato. Também comecei a juntar pessoas para montar uma banda e a procurar lugares para expor meus quadros. Vento em popa.

Friday, March 28, 2008

Aleatórios.

I. Eu estou numa cidade viva. Em óbvio contraste da gloriosa Petrópolis, Buenos Aires está viva. Eu ainda nao tive tempo de de percorrer a cidade toda (é grande), mas já descobri umas lojas bem bacanas e entro em todas que me dao na telha.
Eu estou num momento muito bacana, por algum motivo sobrenatural eu nao tenho que dar nenhuma satisfaçao à ninguém, vou à faculdade (ou nao, se nao quiser) e depois tomo uma cerveja no parque se eu quiser, passeio pelas avenidas entrando em todas as lojas cujas vitrines chamam minha atençao.
Por exemplo, hoje entre numa loja de filmes e pamem! Eles tinham 'Chien Adeluz' do Dali e do Bruñel (um filme surrealista de 1928), eles tinham o filme mas eu nao tinha os 35 pesos que custava, é caro aqui.


II.Eu tava conversando com uma amiga sobre como deviamos ficar de olho nas pessoas normais, é! Nelas mesmas! Pessoas normais é que me preucupam, sao elas que quando dao pitti (colapso nervoso de qualquer sorte) vao e invocam um 'texas chainsaw massacre' pra cima dos desavisados, os anormais por outro lado vao e escrevem poesias.
Oh nao! Ele está me atacando com prosa poética! Cuidado! Um soneto! Nao seria um roteiro de terror muito bom.

Sunday, March 23, 2008

Cada macaco no seu galho da árvore genealógica.

Talvez nem todos saibam (sinceramente foda-se vou falar assim mesmo), mas minha familia práticamente inteira mora na argentina, aonde eu estou morando agora. Entao por muitos anos eu nao tive esse costume de 'almoço em famila'. Mas agora como eu estou aqui eu sou convidado (por vezes obrigado) a ir a estes eventos em familia.
É muito novo isso tudo para minha pessoa, reunir-me para passar páscoa com a familia. Uma familia italiana, barulhenta, grande, regada à comida e vinho.
E como sao sete tios e cada um deve ter uma meia dúzia de filhos, é uma pirralhada gigantesca correndo e gritando que o sobrinho nº 3 puxou o cabelo da sobrinha nº 7 (nao, eu nao sei o nome nem da metade) e que algum deles está com fome ou quer ir ao banheiro. Um verdadeiro pandemônio. E no meio deste furacao de hormônios infantis (ou é isso ou é falta de ritalina) estou eu, que apartir de agora só frequento as reunioes familiares munido de um copo de vinho ou equivalente.
Nao me julguem um bebado (ou o façam, nao ligo), sou apenas precavido. Entendam que estas reunioes sociais se tornariam insuportáveis sem algumas taças de vinho na alma, eu acabaria arrancando os olhos do sobrinho nº X.
No grupo de esteriotipos familiares eu seria aquele elemento que está sempre com um copo na mao e é meio esquisito. Estou logo ali entre o tio que fuma charutos, joga golf e gosta de bons whisky`s e vinhos e a tia mais nova solteira que está procurando um marido e/ou namorado cada vez mais e mais desesperada, boas pessoas.

Wednesday, March 12, 2008

Pessoas normais sabem aonde é o til.

Tenho uma nova cidade, e esta é Buenos Aires. Os brasileiros nacionalistam digam o que quiserem, aqui é bem bacana. Tudo bem que eu nao conheco muito ainda (por exemplo a localizaçao do til) mas gostei do que eu vi. Gostei da minha faculdade, que por motivos desconhecidos aceitou algo estranho como EU para estudar. Gostei de como a passagem de ônibus é barata e os cigarros nao falam que você vai morrer ou ficar broxa. Achei o máximo o barulho dos dez mil carros que passam por baixo da minha janela e genial a minha sacada, perfeita para ver sem ser visto.
Digam o que quiserem meus ex-compatriotas, as meninas daqui sao lindas, lindas mesmo. Nao tem todas aquelas 'curvas perigosas' das meninas da terra do samba, mas as daqui tem o seu charme, e que charme. É muito fácil se apaixonar quando você nao conhece ninguém, é práticamente apaixonar-se uma vez por quarteirao e por um quarteirao apenas, logo vem uma menina nova em um novo quarteirao e rouba seu coraçao.
E agora eu tenho uma rotina, aquela coisa infernal. Mas até que está me fazendo bem (eu acho, por que só a tenho a um dia). Eu acordo cedo como uma pessoa normal, vou até o ponto do ônibus fumando um cigarro e jogo o cigarro antes do fim quando aparece o ônibus, como uma pessoa normal. Vegeto na viagem e saio correndo até a faculdade, fumando um cigarro, para nao chegar atrasado, como um adolecente saudável. Nao presto muita atençao na primeira parte da aula, mas na segunda parte faço até anotaçoes. Mas eu ainda nao sou completamente normal, sou? Eu nao sei aonde é o til, uma pessoa normal saberia.

Monday, March 03, 2008

Uma nostalgiazinha babaca.

Eu não sou uma pessoa romântica, nada romântica. Estou pouco me fudendo para sentimentalismos baratos e crises homéricas de saudade. Na realidade eu sou bem tranquilo com todas essas 'viadagens'. Nunca fui de ligar pra essas coisas. Eu costumo pouco me fuder mesmo, engula! Mas agora estou empacotando as minhas coisas e como não ando com a cabeça lá essas coisas e eu não consigo pensar em nada melhor para escrever sobre, vou detalhando de tempo em tempo o que eu tenho feito. Pode ser nostalgia, não sei ao certo e talvez seja melhor nem se preucupar.



3 março


Tem horas que eu realmente acho que eu ando em círculos, eu tinha colocado todos meus livros em caixas, mas tive que tirar por que elas estavam pesadas demais. E lá fui eu tirar todos aqueles livros que tinham dado um puta trabalho pra colocar lá em primeiro lugar. Tirei os livros e os coloquei na estante de onde eles tinham saído em primeiro lugar. Puta que o pariu! Mas tudo bem, por que agora as caixas tão fechadas e prontas para ir.

4 março

Por falar em andar em círculos, hoje precisei listar tudo que estava nas caixas. Genial! Pelomenos não precisava ser aero-espacialmente detalhada só assim por cima. Teria sido um chute no saco ter que tirar tudo e colocar de novo fazendo aquele quebra cabeças de 3 dimenções que é colocar aquela merdalhada toda ocupando o menor espaço.

Wednesday, February 13, 2008

World wide abstinência



Estive um bom tempo sem internet, quase três semanas, se não me engano. Mas não se iludam, o fato de eu estar longe desta 'information highway' não me inpediu de escrever, mas não escrevi nenhum texto 'bloguistico'. Os meus textos de blog são diferentes, mais leves e divertidos. Mas isso não importa muito, importa muito pouco na verdade.
Quem tem internet de forma regular e do nada fica sem, sabe como é. Aquele desespero de 'será que eu tenho scraps?'. Mas palavra de amigo, isso passa. É meio como uma crise de abstinência de internet, os primeiros dias são os mais difíceis a mão coçando por mais uma dose de 'cliques' dos bons. O remédio é pegar um bom livro (para os que não tem o costume) e, pasmem! Lê-lo, até o fim.
Ajuda se o livro for bom, mas como isso não é uma porra de blog de crítica literária, não é problema meu, vejam na veja ou algo que o valha (podem sempre checar a lista ao lado, só leio livros bons. Palavra de escoteiro). Uma boa para iniciantes na arte literária são os livros de mistério (Agatha Christie não, pelo amor do que diabos for sagrado para você).
Então eu sobrevivi a essas semanas sem internet, li uma meia dúzia de livros nas tais três semanas, pintei meus quadros e até saí para tomar uma cerveja ou vinte e oito. Era carnaval e todos estavam viajando, eu não. Eu estava sem internet, provavelmente não teria ninguém nos msns da vida, mas eu não tinha nem como ver se tinha alguém à toa ou não.
Passaram as tais semanas e eu voltei a ter internet, mas a vontade de usa-la não veio como era de se esperar. O outro dia mesmo, não tinha ninguém em casa e ao invéz de ficar na internet conversando com as pessoas eu fiquei no meu quarto, deitado no chão bem aonde entrava o sol, fumando um cigarrinho e ouvindo o Highway 61 Revised do Dylan.
Meu desinteresse culminou ao ponto de hoje eu abdicar do meu fotolog, deletei-o. Já tava lá firme e forta à cinco anos, mas não tinha mais graça. Bye bye fotolog.

Sunday, January 27, 2008

Pensamentos escatológicos jogados ao vento.

I
Hoje é o aniversário do lego, o brinquedo mais facinante da porcaria do mundo todo. Faz 50 anos, bem mais do que eu fazendo dele uma parte muito presente da minha infância. Diferente do que muitos podem pensar, apesar do que eu me tornei como pessoa, eu tive uma infância bem normal, muito suburbana e clichê. Eu tinha dois cachorros, morava numa casa nos suburbios de Auckland (Nova Zelândia) e ia a uma escolinha muito parecida com a de 'um tira no jardim de infância', aquele fime do Arnold Schwarzenegger. Independente de qual tenha sido o motivo de eu ter me tornado 'isso' que eu me tornei, a culpa definitivamente não foi do lego, não, dele não.


II
Tive que ir no banco hoje, o ódio que isso me cauna não é medível por nenhuma escala. Mas tudo bem, tive que ir e reclamar ajuda menos do que se imagina. Então fui, não estava nem de bom humor nem de mau humor. Ia ouvindo alguma musiquinha legal. O problema todo foi passar pelo detector de metais, que aparentemente detectou em mim um terrorista em potêncial. Muito perigoso eu. Ipod, chaves de casa, celular, alguns trocado e um óculos escuro. O que mais eu poderia precisar para assaltar um banco?


III
Hoje eu tirei a manhã para fazer um pequeno, decedi recapar o meu caderno de prosa e poesias. Imprimi um monte de poemas de gente que eu gostava: Bukowski, Ginsberg, Kerouac, Maiakovski, Burroughs e Rimbaud. Eu nunca fui um prodigio na arte de usar papel contact (aquele tranparente, grudendo e que embola regularmente) mas me arrisquei mesmo assim. Colei-os de forma meio irregular ficou uma beleza.
Também separei uma foto bacana do Bukowski pra estampar numa camiseta.
E comecei a pensar o que vou colar na capa do meu fichário da faculdade, que comeca em março.
Será como voltar à escola?

Saturday, January 26, 2008

A calmaria, a tempestade?

Ele se sentia calmo, não ficava assim à tanto tempo que quase tinha se esquecido da sensação. Estava sozinho, fumava um cigarro e tomava um café sem preucupação alguma não precisava fazer nada nem falar com ninguém e colocou um filme ruim dos anos 80 pra ver e não precisar pensar muito, uma daquelas pérolas aonde a mocinha vai nadar de sutiã e acaba comida por um tubarão, uma pérola mesmo. Não prestava atenção no filme, lia um livro no sofá, só deixou a televisão pra ocupar seus ouvidos.
Lia algum livro do Tchekhov que não gostava muito, mas queria cerminar mesmo assim.
Pensava um pouco na vida e no que ia fazer dela até um poco sobre a faculdade, pensava, mas sem muito compromisso e gostava de estar assim.
Sabia que estava sendo totalmente clichê, mas podia sentir que vinha uma tempestáde, clichê dos clichês mas estava sentindo a calmaria antes da tempestade, o olho calmo do furacão. Sabia que sérias mudanças estavam vindo e que os pilares de sua vida conhecida iam ser arrasado, tudo mudaria de forma tão brusca e rápida. Tudo ia mudar e ele não sabia muito bem o que esperar.
Mas algo na calma dessa linda manhã lhe dizia que tudo de alguma forma ia dar certo, que ia ficar tudo bem. Era isso e nada mais que isso que essa calmaria toda lhe proporcionando, podia dizer que isso o deixava quase feliz ou calmo pelomenos.
Sabia que Thekhov era superficial e previsível.
Sabia que esse filme era ruim, oportunista e de atuações tristes de ruins.
Sabia de tudo isso mas continuava lendo seu Tchekhov que não gostava muito acompanhado, um filme ruim dos anos oitenta ao fundo.


t.

Tuesday, January 22, 2008

Chá das cinco e meia.

Enquanto ele beibericava o seu chá, revia a torrente de fatos e pequenas atitudes que acabou por tê-lo levado à aquela situação. Aquele coelho branco de cartola olhava para ele de uma forma penetrante, devia ser sua conciência, seu ego ou qualquer uma dessas representações de seu sub conciênte.


Ruminava em sua mente cada nuância dos seus últimos dias como suas atitudes imbecis tinhas acabado por distânciar todas as pessoas por quem tinha um requicio de gosto e como foi forçado a sair para beber sozinho nos últimos dias.





- A solução pros seus problemas não está no fundo da garrafa, você sabe, não?
-Um conselho um tanto hipócrita, levando em conta que você não passa de um produto das minhas noites de bohemia.
- Touché! Aparentemente vou virar o seu substituto de convivio social.
- Me poupe!

Então ele se calou e ficou mechendo o seu chá e dando um gole aqui e acolá. E aquele coelho estanho não parava de olhar para ele, aquele coelho era estranho mesmo seus olhos eram meio desproporcionais à cabeça (desproporcionais ao tamanho que olhos de coelhos com cartola deviam ter), seus dentes ficavam o tempo todo para fora da boca e usava um colete vinho com um paletó azul escuro. De tempo em tempos o coelho abaixava os olhos e tomava um gole do seu chá. Ficaram se olhando por um tempo e finalmente ele disse ao coelho:

-Por que diabos você está aqui? Ou melhor, o que diabos é você?
-Eu estou aqui para você descobrir o que diabos tem de errado com você mesmo.
-Tem algo de errado comigo?
-Toda essas bebedeiras e noite de sexo fútil e sem significado não seriam 'algo de errado'?
-Só se você quiser que isso seja 'algo de errado'!
-Ótimo, se mergulhando em auto-negação. É assim que se faz garotão!
-Palavras grandes vindas de algo que suponho que seja um pseudo ursinho de pelucia.
-URSINHO DE PELUCIA É O CARALHO! Sou uma personificação da sua conciência!
-Na mosca.

Depois dessa ele ficou beibericando o seu chá por um tempo e aquele coelho esquisito ali, olhando para ele, olhando para o chá, tomando um golinho, para ele, olhando para o chá, tomando um golinho e aquela situação comecava a encher-lhe o saco. Ele não estava assim muito ansioso para se preucupar com seus problemas, preferia a cerveja mesmo ela não fazia perguntas. Ele acabou por cansar-se e disse ao coelho:

-Olha isso aqui tá me enchendo um pouco o saco, se quiser tomar uma cerveja tudo bem, mas eu não vim pro bar pra uma seção de terapia ou algo equivalente, pode ser?
-Tá bom, minha cerveja sem colarinho, pode ser?


t.

Wednesday, January 16, 2008

O ódio das coisas pequenas.

Ultimamente eu tenho estado num humor comparável apena à alguém com um abacaxi enfiado no rabo. Eu tenho ficado até tarde da noite pintando meus quadros e acordado cedo para trabalhar fazendo uma mudança para ajudar minha mãe. Pouco sono e trabalho braçal? Estou à ponto de enfiar as bolas de alguém (e vocês pensaram que eu fosse falar de enfiar MINHAS preciosas bolas em lugar algum?) num processador multi flex da Wallita/Philips daqueles vendidos no polyshop.
E a equação mirabolante disso tudo me fez odiar (mais) as pequenas coisinhas que me irritavam mesmo quando eu estava num daqueles mágicos dias 'top of the world' que todos acabamos tendo.
Como por exemplo fila de banco ou o caixa gordo com cara de imbecil do banco do brasil (seria Brasil com maiúsculo?) ou quem sabe o fato de Petrópolis não ter praia só um rio fedorento. Errar uma bola fácil na sinuca (coisa rara, que fique claro) também costuma me tirar do sério assim como chuva quando eu saio para beber.
Esses pequenos surtos de ódio costumam passar e se não passarem, sempre posso encarnar um 'texas chainsaw massacre' pra cima de pessoas desavisadas.
t.

Thursday, January 10, 2008

A chuva de fim de tarde das mudanças.

Nada melhor, em toda a excelência e grandiosidade me deixa com uma paz de espirito maior que essa chuvinha de fim de tarde, ainda mais depois de um diazinho 'gilete no saco' que nem o que eu tive hoje, acontece de ter um dia ruim 'a day in a life' diziam os beatles.
Então eu fico na janela vendo aqueles pinguinhos caírem.
Mais clipe de pop-mela-cueca impossivel é cliche, mesmo sendo uma imagem bonita.
É estranho esse 'estar de férias' em que eu me meti, saí bem menos do que durante as "aulas" (as aspas significam que eu não dou muita importância às aulas) até agora e tenho lido muito mais do que durante as "aulas (de novo), só essa semana já li algo como uns 3 livros e gosto disso.
Mas o meu sentido de aranhã me diz que essass férias tão engrenando como nas montanhas russas aquela engrenagem que leva os carrinhos colina acima pra ele decer e dar umas piruetas muito doidas e que fazem as pessoas vomitar em algum momento do passeio, bem como pretendo passar minhas férias: Jogado à bohemia e com vômitos eventuais nas curvas mais fechadas (noites mais rápidas).
É mais ou menos isso que eu quero as noites mais loucas, as bebidas mais fortes a satisfação mais completa.
Clichê como um video clipe pop de alguém olhando esperançoso pela janela... Mela cueca até o fim.

t.





Tuesday, January 01, 2008

Resoloção de cú é rola.


Pois é, o ano acabou.
E novamente rola aquela nostalgia que só poderia rolar no fim do ano, certo? ERRADO! Este ano chocho e com cara chopp quente já estava na hora de acabar mesmo, é um daqueles anos que não vai ser o favorito de ninguém e se for, não devia.

E todo final de ano tem aquela babaquice de 'resoluções de ano novo', pois bem, ano passado eu fiz uma daquelas listas e não completei UM ítem sequer e isso me frustrou. Então esse ano eu não vou escreve-los e nem me preucupar muito com isso por que é uma receita para frustação.

E além do mais, que tipo de babaquice eu colocaria? Beber menos (hahahaha) e escrever mais (isso sim é uma boa)? Conseguir um relacionamento MENOS doentio que os de costume? Poderia citar várias dessas resoluções mas toda elas teriam aquele cheiro de mofo e clichê, como algo relacionado a trabalho (tenho que conseguir um desses) ou estudos, mas ninguém tem resoluções realmente originais como "este ano vou virar um agente secreto", porra! Ser um agente secreto ia ser uma boa, por que ninguém pensa nisso no dia 31?






t.